Governo Lula deve rever modelo de concessão de rodovias

A avaliação do grupo de transição é de que o novo governo deverá retomar os leilões com critério de menor tarifa

© Shutterstock- imagem ilustrativa

Economia Novo governo 30/12/22 POR Estadao Conteudo

O grupo de Infraestrutura no governo de transição indicou a necessidade de a futura presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revisar o modelo de leilão de rodovias adotado na administração de Jair Bolsonaro (PL). Pela sistemática atual, as empresas que disputam os leilões podem oferecer desconto na tarifa até um certo limite - se mais de uma ofertar o deságio máximo, a licitação é decidida pela outorga (o valor que as empresas pagam pelo direito de explorar a concessão). É o chamado modelo 'híbrido'.

PUB

A avaliação do grupo de transição é de que o novo governo deverá retomar os leilões com critério de menor tarifa - sem limite para desconto.

"É preciso considerar a possibilidade de reavaliação de modelos de concessão, como o critério de julgamento nas licitações de rodovias", aponta o relatório final do gabinete de transição governamental. Apesar de não estar apontado no documento - que é apenas uma síntese das discussões travadas nos grupos de transição técnicos -, o grupo de Infraestrutura debateu alternativas para o que funciona atualmente, de acordo com fontes. O modelo atualmente em vigor foi implementado em meados de 2020. À época, o Ministério da Infraestrutura alegou que a nova modelagem era necessária para se desviar de fracassos que marcaram a terceira rodada de leilões rodoviários, no governo Dilma, quando a média de deságio no valor do pedágio oferecido pelas concessionárias vencedoras chegou a 50%.

Na avaliação do governo Bolsonaro, a tarifa agressivamente mais baixa acabou se tornando um dos empecilhos para as concessionárias bancarem o cronograma de obras e investimentos. Com isso, veio a ideia de limitar o desconto que as concessionárias poderiam oferecer. A sistemática foi adotada, por exemplo, no leilão da Via Dutra, em São Paulo.

Problemas foram Lava Jato e crise econômica

Integrantes do grupo de Infraestrutura no governo de transição defendem que a causa dos problemas nas concessões da terceira rodada (governo Dilma) foram basicamente os efeitos da operação Lava Jato para as grandes empreiteiras responsáveis pelos projetos e a crise econômica que impactou o Brasil em 2015 e 2016. As modelagens haviam sido estruturadas num ambiente de euforia quanto à economia, cenário que começou a desandar no primeiro ano do segundo mandato de Dilma.

Com a avaliação de que não é necessário manter o modelo de tarifa com desconto máximo, a equipe de Infraestrutura debateu a possibilidade de o governo federal voltar a fazer leilões como antigamente, em que as empresas disputam a administração da rodovia ofertando o quanto podem de desconto no pedágio - sem desempate por outorga.

Também está no radar a hipótese de esse modelo ter aprimoramentos. A resistência política à sistemática atual já deu fruto a uma alternativa que será usada para o projeto de rodovias no Paraná, que será leiloado em seis lotes, numa parceria entre governo federal e estadual. Nele, não existe limitação de desconto na tarifa, mas a empresa vencedora precisará fazer aportes financeiros proporcionais ao deságio que ofertou para o pedágio durante o leilão.

O modelo foi desenhado após a classe política do Paraná resistir ao leilão híbrido criado no Ministério da Infraestrutura, justamente por limitar o desconto no pedágio. O então ministro da pasta, governador eleito de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), costurou um acordo com o governo e a Assembleia do Estado para tentar frear deságios muito agressivos, vinculando o tamanho do desconto ao volume dos aportes.

Na avaliação de integrantes da transição, no entanto, a curva dos aportes cresce de forma muito expressiva em relação ao tamanho dos descontos - o que poderia coibir a participação de mais empresas no leilão.

No caso do Paraná, integrantes da transição defendem que apenas ajustes pontuais sejam feitos no projeto mais adiantado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica Bolsonaro 21/11/24

'Vamos partir pra guerra': golpistas pediam 'orientação' a general próximo de Bolsonaro

politica BOLSONARO-PF Há 16 Horas

PF indicia Bolsonaro e mais 36 em investigação de trama golpista

esporte Indefinição Há 2 Horas

Qual será o próximo destino de Neymar?

justica São Paulo 21/11/24

'Quem vai devolver meu filho?', lamenta pai de universitário morto em abordagem da PM

fama Ellen DeGeneres Há 20 Horas

De saída: Ellen DeGeneres e mulher abandonam os EUA

brasil Brasil Há 18 Horas

Jovens fogem após sofrerem grave acidente de carro; vídeo

fama ED-MOTTA Há 22 Horas

Ed Motta pede desculpas após demitir integrante de sua equipe em show

mundo RÚSSIA-UCRÂNIA Há 18 Horas

Rússia ataca Ucrânia com míssil criado para guerra nuclear, diz Kiev

fama Björk Há 21 Horas

Björk faz 59 anos; relembre os looks mais extravagantes da cantora

fama Kylie Jenner Há 20 Horas

Kylie Jenner recria momento bizarro de Kendall a cortar pepino