© Agência Brasil
Já há 15 anos à frente do PMDB, o vice-presidente da República, Michel Temer, foi reconduzido ao cargo pelos próximos dois anos em convenção realizada em Brasília neste sábado (12). Segundo o G1, Temer recebeu 537 votos a favor de um total de 559, de acordo com a secretária-executiva do PMDB. Ele teve 11 votos contrários à chapa, 6, em branco, e 5, nulos. Ao todo, 454 convencionais votaram, mas o voto de parte deles tem peso maior. Sua recondução ocorre em meio a um momento complicado entre a relação do Palácio do Planalto e integrantes do partido. Na Câmara, por exemplo, parte da bancada vota contra aos interesses do governo e apoia o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
PUB
O vice-presidente Michel Temer, desde o ano passado, se afastou do governo Dilma, após enviar uma carta a ela apontando desconfiança da petista em relação aos trabalhos dele. Ele disse, na mensagem, sentir-se como um vice “decorativo” da presidente, o que gerou intensa repercussão política em Brasília.
O PMDB, atualmente, comanda seis dos 31 ministérios (Agricultura; Turismo; Portos; Minas e Energia; Ciência e Tecnologia; e Saúde) e poderá comandar o sétimo nas próximas semanas (o deputado Mauro Lopes é cotado para assumir a Aviação Civil), além de órgãos vinculados às pastas.
Alguns peemedebistas da ala dissidente da legenda, desde 2015, passaram a defender o rompimento do partido com o Palácio do Planalto. Entre eles, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), responsável pelo acolhimento de um pedido de impeachment de Dilma em dezembro.
Sob fortes resistências internas no PMDB em relação ao nome dele, Temer precisou buscar integração com o PMDB no Senado na composição da direção nacional do partido para evitar que houvesse uma chapa adversária patrocinada pelos caciques da legenda na Casa como Renan Calheiros (AL), Eunício Oliveira (CE) e Romero Jucá (RR), esses dois últimos aliados do presidente do Congresso.