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Primeiro sob sol forte e depois debaixo de chuva intensa, milhares de pessoas foram às ruas da capital goiana em uma das maiores mobilizações contra o governo da presidente Dilma Rousseff e em defesa da Operação Lava Jato. A Polícia Militar calculou que mais de 50 mil pessoas foram às ruas. O movimento Vem Pra Rua estimou entre 70 e 90 mil pessoas do início da manifestação, às 14 horas, até por volta das 16 horas, quando trios elétricos e um cortejo vestindo verde e amarelo, chegou à porta da Superintendência da Polícia Federal em Goiás.
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Um forte aparato de segurança foi montado pela Polícia Militar, envolvendo cavalaria, grupamento aéreo com sobrevoos sobre a multidão e muitos PMs a pé, em cordões de isolamento. Manifestantes contrários foram desaconselhados pela PM de irem para as ruas por onde a marcha passaria, que foram fechadas ao trânsito. Uma única prisão foi registrada, a de um homem aparentemente embriagado que tentou subir à força em um dos trios elétricos.
Cantando o Hino Nacional em vários momentos, os manifestantes gritaram palavras de ordem pela saída de Dilma, a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, e a favor do juiz Sérgio Moro. Não foram notadas presenças de políticos em destaque na manifestação, e em alguns momentos os locutores do trio elétrico à frente do protesto gritaram palavras de ordem que não pouparam de críticas também à oposição. O senador Aécio Neves e Marina Silva, especialmente, foram criticados por "terem sumido" no momento de agitação nacional.
A criatividade imperou e manifestantes usaram máscaras de Lula e levaram bonecos infláveis dele usando roupa de presidiário. Um grupo levou duas cobras de pano, vermelhas, em alusão à frase em que o ex-presidente disse "terem pisado na Jararaca", com a prisão coercitiva há alguns dias. As cobras eram espetadas por tridentes de plástico durante a caminhada rumo à PF.
No meio da multidão, um personagem chamou a atenção, inclusive por sua batina cinza em meio à onda de pessoas vestidas de verde e amarelo. Era o padre Luís Augusto, um religioso que esteve no centro de uma polêmica envolvendo funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa de Goiás. Denunciado como um deles, foi demitido recentemente. Na manifestação, ele distribuía abraços a fiéis e seguidores que o reconheciam.
No interior goiano, a principal mobilização foi em Anápolis, a 58 quilômetros de Goiânia. Cerca de 2 mil pessoas participaram. Também houve protestos em outras seis cidades do interior goiano que somaram em torno de 5 mil pessoas com a de Anápolis. As cidades foram Morrinhos, Goiatuba, Jataí, Itumbiara, Rio Verde e Anápolis, onde teria sido o segundo maior protesto com cerca de 2 mil pessoas.