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(FOLHAPRESS) - A Polícia Civil prendeu nesta terça-feira (17) 38 acusados de participar de uma quadrilha que roubou R$ 14 milhões via Pix de uma empresa localizada no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo, em agosto do ano passado.
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De acordo com as investigações, dois homens invadiram a sala onde funcionava uma empresa familiar de administração de bens e obrigaram os reféns a fazerem 88 transferências bancárias. No total, 77 pessoas cederam seus dados bancários para participar do roubo.
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que as instituições bancárias estornaram R$ 4 milhões em transferências, mas o restante foi sacado pela quadrilha.
"[As prisões] representam uma tarefa educativa para essas pessoas que emprestam suas contas para bandidos", disse o delegado Fabio Pinheiro Lopes, diretor do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), responsável pelas investigações.
Dos 64 acusados pelo crime, 38 foram presos em operação realizada nesta terça –seis no Piauí, um em Santa Catarina e o restante em São Paulo. Outros sete integrantes da quadrilha já haviam sido presos em meses anteriores, entre eles os dois homens que invadiram a empresa e coordenaram as transferências bancárias.
De acordo com as investigações, os donos das contas receberam de 10% a 20% do valor depositado.
Alguns têm conta em mais de um banco e, ao receberem uma transferência via Pix, repassam o valor para outras instituições ou fazem o saque, segundo o delegado do Deic Rogério Barbosa Thomaz. "O restante do dinheiro volta para outros núcleos da quadrilha, de execução, planejamento e estruturação", disse.
Os criminosos alugaram uma sala comercial no mesmo prédio em que fica a empresa que roubaram cerca de dois meses antes do crime, o que facilitou a entrada dos dois acusados no dia do roubo.
"O divisor de água neste caso foi mostrar ao Judiciário que essas pessoas [donas das contas] não eram simples receptadoras, mas membros dessa organização criminosa e fizeram parte do roubo", disse o diretor do Deic.
Segundo ele, os criminosos mantiveram contato com os titulares das contas para verificar se os valores haviam sido creditados e orientar sobre novas transferências a serem feitas para evitar o bloqueio dos pagamentos instantâneos. "Foram expedidos mandados de [prisão por] roubo e organização criminosa com pena de até 18 anos de reclusão."
A operação do Deic desta terça também desmantelou uma casa que funcionava de cativeiro, para onde eram enviadas vítimas de sequestros relâmpagos obrigadas a fazer transferências via Pix.