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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O anúncio desta quinta-feira (2) de que um suposto balão espião da China estaria sobrevoando o território dos Estados Unidos teve ampla repercussão em Washington, onde parlamentares republicanos cobraram o presidente, Joe Biden, por uma posição mais rigorosa em relação ao regime liderado por Xi Jinping.
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O presidente da Câmara, Kevin McCarthy, qualificou o balão como um exemplo da "afronta descarada da China sobre a soberania americana", argumento ecoado por outros parlamentares da mesma legenda. O senador Tom Cotton pediu a Blinken para que cancelasse sua viagem.
O senador Marco Rubio, que participa do comitê de inteligência da casa, disse que a notícia era alarmante, mas não uma surpresa. "O nível de espionagem voltado para o nosso país por Pequim se intensificou e ficou mais claro nos últimos cinco anos", disse no Twitter.
Questionada sobre o tema, a porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, declarou a repórteres que o regime ainda investiga o ocorrido.
Condenou, porém, o que chamou de "elucubrações e boatos" sobre o incidente, acrescentando que seu país obedece às leis do direito internacional e "não tem intenção de violar as fronteiras terrestres ou aéreas de nenhum Estado soberano". "Esperamos que ambas as partes possam lidar com a questão de maneira calma e prudente", completou.
Enquanto isso, o Ministério de Defesa do Canadá afirmou que também havia detectado um balão espião e que o monitorava para checar se ele representava um "segundo incidente potencial", sem esclarecer se os dois casos têm relação
O episódio abalou as relações já frágeis entre as duas potências às vésperas de uma viagem de Antony Blinken, o secretário de Estado americano, à Pequim, a primeira do tipo em seis anos.
O momento já era de tensão entre os países, com o vazamento de um memorando dos EUA na semana passada em que um general previa uma guerra entre elas em 2025.
Na imprensa americana, especula-se se própria decisão do Pentágono de divulgar a informação não buscava servir como uma espécie de alerta para Pequim.
A revelação da existência do balão foi, afinal, feita por William Burns -diretor da CIA, a agência de inteligência americana- durante um evento na Universidade de Georgetown, em Washington, ocasião em que ele descreveu o gigante asiático como o "maior desafio geopolítico" dos EUA hoje.