© Paulo Tauil/ AgNews
THIAGO CAMARARIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - O Cordão da Bola Preta atravessou duas pandemias mundiais e resistiu. Nas ruas do Centro do Rio, sambas-enredos e marchinhas disputam a atenção com a madrinha, Paolla Oliveira, e a porta-estandarte, Leandra Leal, que chegaram já com o desfile em andamento e causaram alvoroço nos foliões ao decidirem acompanhar o início trajeto do chão.
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"Esse carinho é muito bom. Ser prestigiada por quem me assiste e é fã é maravilhoso. E eu chego aqui e sinto esse amor diferente", conta Paolla.
História e tradição são as definições do Cordão da Bola Preta para foliões famosos e anônimos. Leandra Leal embargou a voz ao falar do retorno do bloco."Venho no 'Bola' desde criança e nesse ano estou muito emocionada. Esse bloco é o marco do retorno. A volta do Carnaval, de podermos sonhar, a volta da democracia. Estamos vivendo um tempo da volta de muita coisa", disse Leandra Leal.
A aposentada Sandra Felício, de 68 anos, entende bem o que é resistir e se superar. Tal qual o Cordão da Bola Preta, ela atravessou a covid-19. Depois de 15 dias de medo numa internação, pelo agravamento da doença, ela teve alta. Neste Carnaval 2023, seu objetivo é celebrar a vida.
"Achei que não ia sair do hospital e que nunca mais viria curtir o Bola Preta. Meu coração chega a doer de emoção de estar aqui. Venho desde infância. É uma alegria estar viva pra curtir isso aqui de novo", afirma ela.
Emanuelle Araújo, musa da banda do bloco, também conta da responsabilidade de estar diante de um grupo que há mais de cem anos faz Carnaval.
"A gente sabe tudo que o pessoal que faz Carnaval passou nesse período de pandemia. Estarmos todos aqui vivos, unidos fazendo a alegria do povo é muito gratificante", disse ela.