Ataque de 8/1 foi resultado de apagão geral, diz Ibaneis ao reassumir Governo do DF

Ibaneis Rocha retornou hoje ao cargo após 64 dias afastados

© Divulgação / Agência Brasília

Política atos antidemocráticos 16/03/23 POR Folhapress

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Os atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília foram o resultado de um "apagão geral", avaliou o governador do DF, Ibaneis Rocha, que retornou hoje ao cargo após 64 dias afastados.

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"O apagão não foi de graça. Alguma coisa aconteceu para que tivesse", acrescentou após ser questionado sobre o assunto. "Foi um conjunto [de erros]. Tivemos falhas da Polícia Militar do DF, do batalhão do exército, tivemos diversas falhas em conjunto. Tenho certeza que isso a investigação vai apurar", disse.

Ibaneis disse ainda que foi aconselhado a não nomear o ex-ministro da Justiça Anderson Torres para a Secretaria de Segurança Pública do DF, mas apontou que na época, ele "era pessoa da minha inteira confiança e confiei de que as coisas iriam transcorrer na maior tranquilidade".

Torres foi secretário de Segurança Pública durante parte do primeiro mandato de Ibaneis a frente do DF e deixou o cargo para se tornar ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ele está atualmente preso por conta da investigação que apura o que ocorreu em 8 de janeiro.

Uma operação de busca e apreensão na sua casa encontrou a minuta de um decreto que dava um golpe nas eleições do ano passado, na qual Bolsonaro perdeu para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PF), conforme revelou a Folha de S.Paulo.

Perguntado sobre a descoberta do documento, Ibaneis disse que não conseguia explicar e que isso cabia a Torres. "Aquele documento revela que na cabeça de alguém, não sei de quem, havia a intenção de dar um golpe no Brasil", pontuou.

O político do MDB foi afastado em 9 de janeiro pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. A decisão inicial previa um afastamento de 90 dias, mas foi abreviada por decisão do ministro após ele concluir que não haveria riscos para as investigações com a sua volta ao cargo.

Ibaneis chegou no evento no qual foi reempossado no cargo na companhia do secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, nomeado pela vice-governadora Celina Leão (PP) após o fim da intervenção federal na segurança pública do DF enquanto era governadora.

Pouco depois, Leão chegou e se postou ao lado de Ibaneis, que a elogiou. "Fiquei 64 dias afastados e última vez que tinha encontrado Celina foi no dia 9 [de janeiro] quando fui afastado. Ela governou essa cidade com a consciência que estava fazendo o melhor para o DF", disse.

No discurso, Ibaneis afirmou não guardar mágoas nem rancor por ter sido afastado e que Moraes fez o certo ao tomar a decisão.

"Afastamento foi necessário, vivemos momentos de muita dificuldade. A invasão dos prédios foi significativa para a história desse país. Eu tenho todo o respeito por todas as autoridades, por tudo que aconteceu. Recebi meu afastamento pelas mãos do Moraes com todo o respeito, paciência".

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