'Não vou liderar nenhuma oposição', diz Bolsonaro ao voltar para o Brasil

No embarque, ele afirmou à rede CNN Brasil que vai viajar pelo país ao retornar, mas não para liderar a oposição ao presidente Lula (PT). Fora há três meses do Brasil, Bolsonaro não quis dar entrevista à Folha, dizendo que "vocês falaram muito de mim, agora, nas eleições".

© <p>Getty Images</p>

Política BOLSONARO-EUA 30/03/23 POR Folhapress

(FOLHAPRESS) - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou ao aeroporto de Orlando, na Flórida, na noite desta quarta (29) para sua viagem de retorno ao Brasil.

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No embarque, ele afirmou à rede CNN Brasil que vai viajar pelo país ao retornar, mas não para liderar a oposição ao presidente Lula (PT).Fora há três meses do Brasil, Bolsonaro não quis dar entrevista à Folha, dizendo que "vocês falaram muito de mim, agora, nas eleições".

"O PL detém quase 20% das bancadas da Câmara e do Senado. Digo: não vou liderar nenhuma oposição. Vou participar com o meu partido, como uma pessoa experiente, 28 anos de Câmara, quatro de presidente, dois de vereador e 15 de Exército, para colaborar com aqueles que assim desejarem", afirmou ele à rede de TV.

À Folha de S.Paulo ele não respondeu sobre a intimação feita pela Polícia Federal para depor sobre o caso das joias presenteadas pela Arábia Saudita.

Na entrevista à CNN, na sala VIP do aeroporto, Bolsonaro também criticou Lula, disse que a gestão petista não tem como dar certo, reclamou de invasões do MST nas últimas semanas e elogiou o papel da bancada de direita. "Temos hoje em dia uma direita que cada vez mais se aglutina, sabe o que quer, sabe o que deseja, tem um alvo, um objetivo, não é oposição irresponsável, oposição pela oposição."

Afirmou que o resultado da eleição de 2022 "foi bastante apertado", mas definiu o pleito do ano passado como uma "página virada". Afirmou que vai, junto com o PL, participar de articulações visando as eleições municipais de 2024 e que pretende fazer um ou duas viagens pelo Brasil a cada mês.

Disse que não sabe sobre seu futuro, mas que não está aposentado. Um dos focos da oposição, afirmou Bolsonaro na entrevista, é a CPI sobre o 8 de janeiro, tema que mobiliza partidos adversários a Lula. "Não vou querer substituir os parlamentares [da oposição]. Eles é que vão nos dar o norte. Eu, no momento, sou um político sem mandato. Vou estar ao lado da nossa bancada. Acredito que a CPMI saia."

Após três meses nos Estados Unidos, Bolsonaro embarcou em Orlando rumo a Brasília na noite desta quarta.

O voo tem chegada prevista para o início da manhã de quinta em Brasília. Após entrar no avião, Bolsonaro chegou a ser aplaudido e posou para fotos com apoiadores que iam até a primeira fila atrás dele. Um passageiro, porém, gritou "cadeia".

Bolsonaro chegou à Flórida a dois dias de concluir seu mandato. Driblou, portanto, a passagem da faixa presidencial para seu sucessor e rival, Lula.

Passou seu primeiro trimestre como ex-presidente num condomínio em Kissimmee, cidade na Flórida a meia hora da Disney. Hospedou-se inicialmente na casa do lutador de UFC José Aldo, um admirador seu.

Antes mesmo da estadia de Bolsonaro, o endereço já havia aparecido no noticiário, com destaque para sua decoração: salão de jogos, sala de cinema e nove quartos. Um deles tinha o desenho "Minions" como motivo.

O ex-mandatário depois se mudou para outro imóvel no mesmo condomínio. A família às vezes compartilhava sua rotina nas redes sociais. Uma hora era a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro exibindo o marido lavando morangos para ela.

Outra, uma canja de Joe Castro, brasileiro radicado em Orlando que cantou uma música, segundo ele, composta logo após o acidente com o avião da TAM em 2007. Com uma Coca-Cola na frente, Bolsonaro escutou plácido versos como "como consegue viver sem mim".

Sem ele no Brasil, aliados de Bolsonaro o criticaram pelo que viram como omissão nesse começo do governo Lula. A expectativa é a de que ele volte para liderar a oposição. Nas últimas 24 horas em solo americano, suas redes foram preenchidas pelo que vê como feitos de sua administração, entre eles um suposto esforço para combater a corrupção.

Bolsonaro é alvo de pedidos de investigação que vão do genocídio contra o povo yanomami à propagação de fake news. A mais avançada, que em última instância poderia torná-lo inelegível em futuros pleitos, aponta que ele usou a estrutura do Palácio do Alvorada em 2022 para jorrar ataques contra o sistema eleitoral em reunião com embaixadores.

Seus filhos políticos também foram à internet defender o legado do clã. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), principal arquiteto da persona virtual do pai, postou o LinkedIn, a rede social para contatos profissionais, do homem que deixou de governar o país no dia 31 de dezembro de 2022. O ex-presidente ainda mantém como atual ocupação "38º presidente do Brasil".

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