© Pixabay -  Marjon Besteman-Horn 
Pesquisa da ABICAB (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas) mostra que o consumo de chocolate no Brasil está em alta. Chegou a 3,5 quilos/habitante em 2020. A produção do setor também deu um salto durante a pandemia e em 2022 o País se tornou o 7º maior produtor e exportador do cacau e seus derivados no mundo. Outro levantamento da ABICAB que responde por 92% do mercado mostra que 9% dos brasileiros optam pelo chocolate amargo, 31% pelo meio amargo, 42% pelo chocolate ao leite e 18% pelo branco.
PUB
Riscos
Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier de Campinas, significa que 60% dos brasileiros podem estar colocando a visão e a saúde em risco pelo consumo abusivo do chocolate branco ou ao leite. Isso porque, explica, estes dois tipos de chocolates contêm mais gordura e açúcar. Por isso, em excesso predispõem à obesidade, diabetes, hipertensão arterial e stress oxidativo. Estas alterações sistêmicas, observa, podem levar à perda da visão por:
·Degeneração macular – degradação da porção central da retina, a mácula, responsável pela visão de detalhes.
.Edema macular – causado pelo acúmulo de proteínas e líquidos que podem levar ao descolamento, ruptura ou sangramento da retina e causar perda da visão caso o tratamento não seja imediato.
·Retinopatia diabética proliferativa - caracterizada pela formação de neovasos que dificultam a nutrição da retina e levam à morte de suas células.
·Catarata – maior causa de perda da visão recuperável, caracterizada pela opacificação do cristalino, lente interna do olho. O tratamento sempre é cirúrgico e consiste em substituir o cristalino opaco pelo implante de uma lente intraocular.
Consumo ideal
Não quer dizer, ressalta, que você deve deixar de saborear seu chocolate preferido nesta Páscoa, mas consumir com moderação. Queiroz Neto afirma que a quantidade ideal varia de acordo com a idade, peso, gênero, atividades físicas praticadas e estado geral da saúde. “Como referência a OMS (Organização Mundial da Saúde) preconiza que o consumo diário de chocolate deve ser de até 70 gramas que equivale a quatro quadradinhos de um tablete.
Efeito protetor
Queiroz Neto, afirma que o consumo de chocolate do tipo amargo ou meio amargo com concentração de 50% a 75% de cacau protege a saúde sistêmica e dos olhos. Isso porque contêm:
1 Flavonoides que têm ação antioxidante e por isso diminuem o risco de desenvolver a catarata e outras doenças relacionadas ao envelhecimento.
2 Polifenóis que melhoram a circulação e flexibilidade dos vasos, evitam AVC (acidente vascular cerebral) e hipertensão arterial. Nos olhos previnem a retinopatia diabética, a degeneração e o edema macular.
3 Triptofano um aminoácido que ajuda na produção de serotonina, neurotransmissor que regula o humor e diminui a depressão.
Como reduzir a compulsão
O oftalmologista destaca que há muita controvérsia sobre o vício em chocolate, os chamados chocólatras. O fato é que além do sabor, o alimento contém feniletilamina e teobromina que estimulam a produção de endorfina, neuro-hormônio capaz de inibir a irritação e o stress. “É isso que induz à compulsão, mas não se trata de um vício. Para evitar a compulsão as dicas de Queiroz Neto são:
· Substitua o chocolate por frutas que comprovadamente diminuem a ansiedade,
· Faça caminhadas, exercícios físicos e relaxamento com frequência.
· Evite os alimentos ultraprocessados que aumentam o stress.
· Identifique e elimine os gatilhos da sua compulsão.
“O chocolate pode ser um grande aliado da sua visão e saúde. Depende de você”, conclui.