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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma movimentação de viaturas em alta velocidade na tarde deste sábado (8) na região central de São Paulo deixou, mais uma vez, os moradores sob a alerta com o receio de novos ataques de usuários de drogas ao comércio, como os ocorridos no dia anterior e que causaram pânico e prejuízos.
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Ao final, segundo a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana, nada de relevante foi registrado pelas corporações na cracolândia, mas o episódio serve como termômetro do estado de alerta da população, que afirma estar revoltada com a situação de insegurança que "parece não ter fim".
"A população vítima ainda é tratada como carrasca, higienista e intolerante. Mas estamos perdendo nosso comércio, sendo impedidos de sair de casa e tento cerceado nosso direito constitucional de ir e vir", disse Iezio Silva, presidente da Associação Pro-Campos Elíseos Melhor. "É muito desespero, aflição e medo por parte dos moradores e comerciantes. Indignação", concluiu.
Na manhã desta sexta-feira (7), um grupo de usuários de drogas invadiu, segundo os moradores da região, uma farmácia na região central capital. O caso aconteceu depois de os dependentes químicos terem sido obrigados a se dispersar de uma rua em uma ação conjunta de GCM, PM e Polícia Civil na cracolândia.
Imagens do exterior da loja mostram o grupo atacando o estabelecimento. Os usuários destroem estandes e levam o que encontram pela frente, fugindo na sequência. Instantes depois, o policiamento chega ao local e o restante da turba se dissipa pelas ruas.
"Imagine como é sair todos os dias, seja de carro ou a pé. O risco é o mesmo. Arrombam vidros dos carros parados no semáforo ou nos derrubam no chão pra nós roubar se estivermos a pé. Enfrentar um quarteirão ou dois é missão de risco. Não há qualquer ação da PM que nos deixe menos amedrontados", disse a moradora da região, Rita Palma.
De acordo com o presidente da Associação Geral do Central de São Paulo, Charles Souza, 41, foram duas farmácias atacadas na ação, uma na Av. São João com Ipiranga, e outra drogaria em frente à praça Júlio de Mesquita, também na Av. São João. As unidades pertencem, segundo ele, à rede Drogaria São Paulo.
Além disso, ele também aponta ataque a um minimercado na rua Conselheiro Nébias. Ainda segundo ele, o arrastão praticado pelos usuários de droga nada tem a ver com a ação da prefeitura de retirada de barracas de moradores de rua, mas, de zeladoria para limpeza dos locais de fluxo.
"Os traficantes estão com raiva, porque essas ruas estão sendo limpas duas três vezes por dia. E eles não conseguem vender as drogas. Então, eles mandam que os usuários revidem com saques, badernas", disse.
Souza critica a nova política adotada para combate às drogas da cracolândia que, segundo ele, aumentar em cerca de 50% o volume de pessoas que frequentam a região. "O que fazer? Nada o que se faz é bom suficiente, principalmente para as ONGs. Então, o que a gente faz? Espera por mais 30 anos e a sociedade continua pagando por essa conta?", afirmou.
De acordo com a PM, durante trabalho de dispersão de usuários para as ações de limpeza e assistência social, trabalho realizado pela GCM com apoio da PM e Polícia Civil, traficantes e usuários passaram a atirar objetos nos guardas municipais e teve início tumultos em comércios na região da av. São João.
Houve reforço para PM para reestabelecer a ordem. Policiais civis iniciaram investigações e coleta de imagens para identificação e prisão dos criminosos.
"As operações integradas das polícias militar e civil e da Guarda Municipal, reforçadas nas duas últimas semanas, impactaram na diminuição entre 11% e 35% e nos registros de roubos e furtos na região", informa nota que também afirma que essas operações serão ampliadas para reverter a situação de segurança na região.
Segundo a PM, entre janeiro e março deste ano 1.861 criminosos foram presos ou apreendidos na região central, isso representaria um aumento de 53% (646 presos a mais) em relação ao mesmo período do ano, quando esse contingente somou 1.215 pessoas.