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Os muros já foram aumentados e uma boa parte do espaço da unidade de ensino já está com uma nova pintura. Os trabalhos vão prosseguir, mesmo nesta segunda-feira, 17, quando as aulas serão retomadas na creche.
Conforme a assessora jurídica da instituição, Patrícia Kasburg, muitas pessoas estão ajudando voluntariamente nas reformas, inclusive pais de crianças que perderam a vida no ataque. "Nós fizemos um clamor à comunidade para nos ajudar, e nossos primeiros apoiadores, os primeiros ajudantes, foram os próprios pais das crianças que estão aqui. Inclusive pais das famílias enlutadas abriram seus corações e vieram nos ajudar, fomentar ainda mais o apoio da comunidade", disse.
Muitas doações foram realizadas por empresas e pela comunidade em geral de Blumenau. O parque, onde o crime aconteceu, já foi desmontado, e nos próximos dias começará a ser revitalizado com a ajuda, também, de uma empresa que ofereceu uma estrutura nova.
"Desde o primeiro dia que falamos da reforma do Cantinho, já recebemos materiais de construção, materiais elétricos, pintura, e a própria mão de obra que foi disponibilizada por uma empresa e por profissionais voluntários. Já estamos em contato com uma empresa que nos procurou para revitalizar o parque por completo, então tudo isso é pra realmente mudar a cara da escola, para que as crianças que voltarem aqui não tenham aquela imagem do momento", explicou Fábio Rocha, pai de uma aluna de 6 anos que estuda na creche, e que coordena os trabalhos das obras no local.
Pais não pretendem tirar os filhos da escola
Conforme a diretora da CEI Cantinho Bom Pastor já havia confirmado na última semana, as aulas na instituição retornam nessa segunda-feira, 17. A decisão foi tomada porque muitos pais não querem tirar os filhos da creche e não têm onde deixá-los nesse período.
Durante os trabalhos do mutirão, muitas crianças estão indo para a creche no intuito de ajudar a reconstruir o espaço. Camila Pereira, mãe de uma aluna de 4 anos, conta que a filha vai empolgada para a escola nesse período em que as aulas não começaram ainda. "Para estudar estamos vendo que ela está muito nervosa em ficar sem a gente. Mas ela pediu para vir ajudar a pintar, empolgada para reconstruir, pintar um lugar que ela vai sempre lembrar que ela quem fez aquela parte. Então é isso que ela está feliz, está ajudando a reconstruir a escola, fazer uma nova história", relatou a mãe. "Até sexta-feira, ela vinha, mas eu tinha de ficar toda hora por perto. Agora ela já está solta, viu o amiguinho, tá empolgada que ela pintou. Ontem ela corria atrás de mim, e hoje eu é que estou correndo atrás dela aqui na creche. É um passo de cada vez, não queremos tirar ela da creche, mas por enquanto ela virá só meio período, para adaptar tudo de novo."
Enquanto coordena as obras da escola, Fábio também pensa no espaço que a filha de 6 anos encontra a partir desta segunda. "Nada melhor do que a minha filha voltar aqui com aquela vontade de estar aqui mesmo, com aquele brilho nos olhos de vir, correr, abraçar as professoras. De na hora de eu vir buscar, ela falar Papai, mas você já veio me buscar? Eu queria ficar mais um pouco. E é isso que a gente gosta daqui: é uma família mesmo."
Creche pede por ajuda para finalizar os trabalhos
Embora muitas pessoas já estejam ajudando a CEI Cantinho Bom Pastor, a instituição ainda precisa de mais apoio para finalizar os trabalhos enquanto as crianças retornam às aulas. "Desde apoio financeiro para fazermos todas as mudanças, até o apoio da comunidade e de empresários, que possam nos fornecer alguns materiais que ainda faltam. Precisamos urgente de um portão, de um contrapiso, que estamos buscando conseguir", explicou Patrícia, assessora jurídica da creche.
As doações podem ser feitas diretamente na creche ou pelo PIX feito exclusivamente para essas reformas, apoiocantinho@gmail.com. O contato para mais informações pode ser feito com Patrícia Kasburg, pelo (47) 99183-2491.
"Os pais estão aqui com a mão na massa. Mesmo tendo de trabalhar durante a semana, eles estão aqui dando apoio. E é isso que motiva mais ainda a fazer a diferença. É uma corrente do bem", disse Patrícia. A creche tem 14 anos de atividades, e está com cerca de 220 crianças matriculadas, que têm direito a 5 refeições por dia dentro da escola e participam de diversas atividades em período integral.
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