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BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - A Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou em segundo turno nesta quarta-feira (19), por 39 votos a 18, projeto de lei que aumenta de forma retroativa o salário do governador do estado, Romeu Zema (Novo), em 258%.
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O texto foi apresentado pela Mesa Diretora da Casa, a pedido do governador, e aumenta também os salários do vice-governador, secretários e secretários-adjuntos. Oprojeto tinha sido aprovado em primeiro turno no último dia 4, por 45 votos a 21.
Com o aumento, o salário do chefe do Executivo de Minas Gerais, que terá o maior reajuste, passa de R$ 10.500 para R$ 37.589,96, elevação de 258%. Os vencimentos do vice-governador sobem de R$ 10.250 para R$ 33.830,96, reajuste de 230%. Os valores são retroativos a 1º de abril.
Os salários de secretários passarão de R$ 10.000 para R$ 31.238,19, e os de secretários-adjuntos, de R$ 9.000 para R$ 28.114,37, alta de 212% em ambos os casos.
O texto garante ainda outros dois aumentos a partir do ano que vem. No caso do contracheque do governador, o valor passará de R$ 37.589,96 para R$ 39.717,69 em fevereiro de 2024 e para R$ 41.845,49 em fevereiro de 2025.
Para o vice-governador, os vencimentos chegarão a R$ 37.660,94 daqui a dois anos. Para secretários, a remuneração a partir de 2025 será de R$ 34.774,64.
O governador faz mistério em relação a receber ou não o salário depois do reajuste.
Em promessa de campanha ainda em 2018, quando disputou seu primeiro mandato para o Palácio Tiradentes, Zema se comprometeu a doar seu salário enquanto não colocasse em dia o pagamento dos servidores do estado, o que já ocorreu.
Em 24 de março, Zema foi às redes sociais defender o aumento.
"Pra Minas continuar avançando é preciso atrair e manter os mais competentes nos quadros técnicos. São mais de 15 anos de congelamento dos salários dos secretários estaduais, situação incompatível com o cargo. Agradeço a Almg que apresentou, a meu pedido, PL (projeto de lei) que resolve o problema", disse Zema, em post.
O deputado Ricardo Campos (PT), que faz oposição ao governo, afirmou ser contrário ao reajuste porque o aumento não alcança mais servidores. "Não pode ser só para os amigos do rei", discursou, durante o encaminhamento da votação do texto em plenário.
O deputado Doutor Maurício (Novo) disse que o aumento faz um reequilíbrio dos salários do governador, vice e alto escalão da administração do estado. "Desde 2007 não há aumento. Os salários estão totalmente defasados", afirmou.
PAPA
Também nesta quarta, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais fez homenagem ao papa Pio 12, que morreu em 1958, com um minuto de silêncio dos deputados.
O pedido de homenagem feito à Mesa Diretora partiu do deputado estadual bolsonarista Bruno Engler (PL), após seu colega, o deputado Coronel Sandro (PL), dizer da tribuna que Pio 12 excomungou comunistas.
O momento era de encaminhamento para votação de projetos, quando invariavelmente há ataques sobretudo entre deputados bolsonaristas e petistas. Pedidos de minuto de silêncio são regimentais e todos são acatados pela Mesa Diretora.
Segundo justificou Engler, depois da declaração do colega, deputados de esquerda passaram, em tom de chacota, a sugerir que fosse pedido um minuto de silêncio para Pio 12, o que acabou fazendo, alegando que não se pode fazer brincadeira com a memória do "santo padre".
Em 1949, Pio 12 excomungou católicos que difundiam o comunismo e a doutrina marxista.