© Reprodução / Gov. Bahia
As imagens revelam alguns momentos e mostram, além dos invasores, a presença de homens com uniformes do GSI acompanhando o ministro, no terceiro andar do Planalto, que dá acesso ao gabinete de Lula. Nenhum dos golpistas é detido por eles, nem sequer abordado, nessas gravações. As imagens mostram a postura do ministro G. Dias e seus subordinados. Um deles faz um gesto de positivo e cumprimenta depredadores. Outro serve água.
Em nota, o GSI disse que "as imagens mostram a atuação dos agentes de segurança que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após aguardar o reforço do pelotão de choque da PM/DF, foi possível realizar a prisão dos mesmos".
Segundo o GSI, as imagens fazem parte do inquérito da Polícia Federal, instaurado sob sigilo perante o Supremo Tribunal Federal. O órgão afirma que não autorizou nem liberou a terceiros qualquer imagem que não tenha sido enviada aos investigadores.
"Quanto as afirmações de que agentes do GSI teriam colaborado com os invasores do Palácio do Planalto, informa-se que as condutas de agentes públicos do GSI envolvidos estão sendo apuradas em sede de sindicância investigativa instaurada no âmbito deste Ministério e se condutas irregulares forem comprovadas, os respectivos autores serão responsabilizados", disse a assessoria de comunicação de G. Dias.
O GSI resistia a ceder as gravações do sistema presidencial de videomonitoramento. O órgão recusou uma requisição de informações. Com a veiculação, parlamentares da oposição voltaram a insistir na necessidade de realização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para apurar responsabilidades. O governo Lula é contra.
As imagens foram veiculadas nesta quarta-feira, dia 29, pelo canal CNN Brasil. A emissora diz que obteve 160 horas de gravação registradas por 22 câmeras. Outros trechos revelam carros da Polícia Militar abandonando uma posição entre o Senado e o Planalto, e seguidos recuos e abandono de posição por parte dos militares do GSI, já na área da sede da Presidência da República.
Em seguida, Gonçalves Dias faltou a uma audiência pública no Congresso Nacional. Ele tinha um convite para falar a deputados, havia confirmado presença, mas na última hora faltou e apresentou um atestado médico em que está registrado "quadro clínico agudo" sem especificar a causa ou código de doença. Em nota, afirmou que estará disponível para agendar futuramente participação na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, controlada pela oposição.
O presidente Lula já havia reclamando de conivência de militares do Palácio do Planalto. Ele ficou intrigado com o fato de a porta princial do Planalto estar aberta e não ter sido violada por invasores. Lula disse ao Estadão que perdeu a confiança em militares da ativa.
O presidente esvaziou o GSI, retirando parte de suas atribuições históricas, como supervisionar e realizar a segurança imediata de Lula e seus familiares, o círculo de guarda-costas mais próximo, chefiar as atividades da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que agora responde à Casa Civil.
No véspera dos ataques golpistas, o GSI também havia dispensado um reforço na segurança, com homens do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP). Durante a invasão, imagens gravadas por policiais militares mostraram ausência de efetivo suficiente por parte dos militares do Exército e descoordenação no comando ao tentar repelir a horda que depredava o Planalto. Alguns dos detidos momentaneamente escaparam do controle das equipes do GSI, do BGP e do RCG (1º Regimento de Cavalaria de Guarda).
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