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(FOLHAPRESS) - A Polícia Militar encerrou as atividades na base fixa que era mantida no parque Princesa Isabel, no centro de São Paulo, desde 2018.
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A construção de alvenaria agora está vazia, trancada com um cadeado. Uma tinta preta foi passada por sobre a indicação visual da corporação, onde antes se podia ler as inscrições "polícia" e "190". A desativação, que ocorreu na semana passada, é mais um episódio de um grave problema de segurança pública que tomou conta da região, que fica próxima da cracolândia.
Atualmente, o parque Princesa Isabel está cercado por grades colocadas pela prefeitura. Em alguns pontos é possível enxergar situações de abandono, como quadra esportiva sem traves e tabelas de basquete penduradas na iminência de cair.
Publicação da prefeitura indica que a base estava no local havia cinco anos, quando foi entregue junto a revitalização da antiga praça ao custo de R$ 2 milhões, bancados pela empresa Porto Seguro, que possui diversos imóveis na região. A inauguração contou com a presença do então prefeito Bruno Covas.
Procurada, a Polícia Militar confirmou que deixou o local após sanção legislativa que tornou o espaço em um parque municipal, mas diz que equipes da GCM (Guarda Civil Metropolitana) passaram a atuar no endereço.
Ainda conforme a PM, os agentes da corporação continuam reforçando o policiamento ostensivo e preventivo no entorno.
Por sua vez, a Prefeitura de São Paulo disse, por meio da Subprefeitura Sé, que o parque Princesa Isabel está em fase de implantação. As obras estão em andamento e, após a conclusão, a administração deve ser transferida à Secretaria do Verde e Meio Ambiente, que definirá a utilização da base e demais equipamentos integrantes do parque para melhor atender a população.
A reportagem esteve no parque na manhã de quarta-feira (19) e não encontrou guardas municipais no espaço. Algumas pessoas utilizavam a área verde para passear com seus cães.
Duas mulheres manifestaram preocupação com a insegurança que tomou conta do entorno do parque, com saques e roubos à luz do dia. A cerca de três quadras da Princesa Isabel está instalada uma das maiores aglomerações de usuários de drogas da cracolândia, com cerca de 800 pessoas.
Uma das entrevistadas relatou que moradores de rua e dependentes químicos têm aproveitado a falta de policiamento para fazer suas necessidades ao lado da base abandonada. "Não tiveram o menor pudor", disse a autônoma Eemy Souza, 47.
Segundo ela, a presença da PM no local há tempos servia apenas para intimidar usuários de drogas, sem uma ação mais firme contra contraventores que agiam ali. "A polícia ficava aqui, mas não fazia nada, só amedrontava."
Para Eemy, a GCM poderia aproveitar o espaço e montar uma base própria no local.
"Está tenebroso andar aqui, e a tendência é piorar", diz a autônoma.
Quem também se mostrou aborrecida com a situação foi a assistente de vendas Patricia Jacob, 39. Moradora do bairro Campos Elíseos desde 2015, ele disse ter presenciado inúmeros assaltos na avenida Rio Branco nos últimos meses, que considera ser o pior período desde que passou a morar na região.
"A gente está cansada da situação. A gente é frequentadora e está abandonada [a praça]. Com a base a gente se sentia mais segura, entre aspas. Estou evitando sair à noite."
Patricia relatou ter tomado um susto no último sábado (15), quando estava numa rua próxima e a GCM dispersou a aglomeração de dependentes químicos que se fixaram na rua dos Gusmões.
Em nota, a gestão Ricardo Nunes (MDB) disse que a Guarda Civil Metropolitana realiza o patrulhamento comunitário e preventivo do parque Princesa Isabel 24 horas por dia. Durante o dia, o patrulhamento é efetuado por meio de rondas periódicas com motos. Já no período noturno, das 18h às 6h, a GCM mantém o policiamento fixo no local, com uma viatura da Inspetoria de Operações Especiais.
A Guarda Civil Metropolitana conta com 240 agentes na região da Nova Luz e adjacências, que realizam o patrulhamento da região, 24 horas por dia, por meio de rondas periódicas.