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Ele usou como exemplo a crise do petróleo dos Estados Unidos nos anos 1970, quando uma política menos dura do banco central local tornou necessário mais adiante um aperto monetário ainda maior, com estragos na atividade. O dirigente destacou que a inflação "está ainda muito elevada" na zona do euro, e também que o núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) continua a mostrar força, quadro que leva o BCE a elevar os juros. Ele lembra ainda que os mercados esperam que os juros continuem a subir.
Segundo o dirigente, as altas nos juros buscam evitar que a inflação saia do controle, com perda do poder de compra na zona do euro. De qualquer modo, a intenção é "manter a estabilidade econômica exigida para o crescimento sustentável e o emprego elevado". Além disso, ele também disse que o quadro na década atual "não é o mesmo da estagflação dos anos 1970". Mantendo um histórico consistente para estabilizar a inflação em 2% no médio prazo, "nós podemos evitar a terapia de choque" da era Paul Volcker, que presidiu o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) entre 1979 e 1987, comparou.
Rehn ainda analisou turbulências recentes em alguns bancos nos dois lados do Atlântico, no caso da Europa sobretudo no Credit Suisse. Ele lembrou que o UBS acabou comprando o Credit e, sobre o quadro geral, considerou que os colchões dos bancos da zona do euro se fortaleceram, com regulação mais forte, e também que a lucratividade do setor melhorou. O dirigente ainda garantiu que, se preciso em caso de novas turbulências, o BCE usará "todos os instrumentos necessários" para controlar o cenário no setor financeiro.
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