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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Forças militares da Rússia tentaram abater um drone dos Estados Unidos em novembro do ano passado na Síria, país que vive uma guerra civil há mais de dez anos. A informação foi confirmada ao site The War Zone por um porta-voz do Exército americano.
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Os russos teriam usado um míssil para tentar derrubar o drone. O incidente foi descrito em um dos documentos sigilosos dos EUA que vazaram nas últimas semanas, revelando segredos de segurança em regiões estratégicas na Ucrânia, no Oriente Médio e na Ásia.
O documento afirma que um sistema de defesa russo lançou um míssil contra o drone americano enquanto ele sobrevoava o nordeste da Síria. A aeronave, porém, não foi atingida. O porta-voz do Exército disse ao The War Zone que incidentes dessa natureza não são comuns no país.
Apesar disso, drones americanos já foram atacados em outras regiões. Em março deste ano, os Estados Unidos acusaram Moscou após um drone ter caído no mar Negro. Segundo as autoridades americanas, um caça russo teria colidido com o aparelho.
Esse foi o mais grave incidente entre aeronaves da Rússia e do Ocidente desde o começo da Guerra da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
A Força Aérea dos EUA acusou a Rússia de conduta antiprofissional e de tentar interferir na operação do modelo de vigilância que operava na área, mas não de deliberadamente derrubá-lo, e o Departamento de Estado convocou o embaixador russo para se explicar.
Já em junho de 2019, a Guarda Revolucionária do Irã derrubou um drone americano que teria violado o seu espaço aéreo.O drone foi atingido por um míssil da força aeroespacial da guarda sobre a província de Hormozgan, às margens do golfo de Omã. À época, Washington confirmou a derrubada da aeronave, mas negou que tenha violado o espaço aéreo iraniano."Trata-se de um ataque injustificado a um aparelho de vigilância americano no espaço aéreo internacional", afirmou Bill Urban, porta-voz da Marinha no Pentágono, à época. Segundo os EUA, o modelo era, na verdade, um MQ-4C Triton.
A tentativa de abater o drone na Síria acontece em meio ao desgaste da relação entre os Estados Unidos e a Rússia.
Em março deste ano, o ministro da Defesa russo, Serguei Choigu, afirmou que a tensão entre as potências mundiais em decorrência da Guerra da Ucrânia está levando a Rússia cada vez mais próxima de uma "colisão nuclear" com os Estados Unidos e seus aliados.