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Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, trocou farpas com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). O tema do embate foi a Caixa Econômica Federal.
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Após pergunta do parlamentar sobre a contabilidade e a taxa de inadimplência na Caixa, Tombini respondeu que não fala sobre instituições específicas, mas que o Banco Central tem equipes voltadas para acompanhar instituições desse porte e que avalia tais instituições constantemente.
Jereissati então rebateu, insistindo e perguntando se haveria motivo para se preocupar com o banco. Tombini então respondeu que o tema é de responsabilidade do BC, que cuida pessoalmente disso.
O senador também questionou Tombini sobre o eventual risco sistêmico que a Petrobras constitui para o Sistema Financeiro Nacional (SFN), após prejuízo recorde. "Não há dúvida de que ela tem esse caráter sistêmico para o sistema financeiro nacional", disse o presidente do BC.
Serra
Último senador inscrito na audiência pública com Tombini na CAE, José Serra (PSDB-SP) apresentou uma série de questionamentos a Tombini. "Parece que o presidente vê com bons olhos o nosso projeto de fixação de teto de endividamento público", citou. Ele também tocou nos temas redução dos juros e "explosão" do risco Brasil. "Somos, de longe, os campeões de taxas de juros mais elevadas", afirmou o senador.
Juntando política e economia, Serra afirmou não estar dizendo que a saída da presidente Dilma Rousseff resolveria o problema econômico do País. Serra também falou sobre a deterioração fiscal e voltou a criticar o diretor de assuntos internacionais do BC, Tony Volpon, ainda que não tenha citado seu nome. Esta não é a primeira vez que houve um embate entre os dois. "Uma parte da diretoria sabe de economia e outra parte não sabe", alfinetou, de forma indireta, o senador. Volpon está em evento no Japão.
Serra diz que os votos minoritários do Copom (Volpon e Sidnei Marques, que têm mantido posição sobre alta dos juros) são equivocados e que espera uma mudança dessa tendência. Para o senador, a inflação ainda está alta por causa do fator inercial e da indexação da economia brasileira. "O que estou falando é sobre a necessidade de atuar sobre esses fatores, e não só usando juros", argumentou.