Mortes maternas e de recém-nascidos não têm queda desde 2015, diz OMS

Mortes maternas e de recém-nascidos não têm queda desde 2015, diz OMSO Brasil não consta na lista dos países com os maiores números de morte materna e de recém-nascidos

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Mundo SAÚDE-PESQUISA 09/05/23 POR Folhapress

(FOLHAPRESS) - O número de mortes maternas e de recém-nascidos não apresenta queda significativa desde 2015 e chega a 4,5 milhões de ocorrências a cada ano, aponta a OMS (Organização Mundial da Saúde).

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A estimativa foi divulgada nesta terça (9) com base em um relatório feito por três agências da ONU: a OMS, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e o Unfpa (Fundo de População das Nações Unidas). Para chegar à conclusão, as entidades utilizaram dados de análises já publicadas e também contaram com as informações dos próprios países sobre essas mortes.

Além de representar que não há melhoria significativa nos serviços de saúde para esses públicos, os números mostram que as metas estipuladas até 2030 estão longe de serem alcançadas. Espera-se que até lá o número de mortes maternas seja reduzido para cerca de 70 a cada 100 mil nascidos vivos. Para mortes de bebês, a meta é de ser no máximo 12 a cada 1.000 bebês, enquanto em crianças de até cinco anos é de 25 a cada 1.000.

Com a constância do número de mortes registradas, fica cada vez mais difícil atingir os números estipulados. Por exemplo, para alcançar a expectativa no índice de mortes maternas, será necessário reduzir em cerca de 11% os óbitos a cada ano até 2030. O percentual alto para um período de tempo curto ocorre porque, em grande parte, a queda foi significativamente baixa nos anos anteriores.

E a Covid-19 piorou a situação. "Mulheres grávidas e recém-nascidos continuam a morrer em altas taxas inaceitáveis ao redor do mundo, e a pandemia de Covid-19 criou maiores gargalos para prover cuidados em saúde que eles precisam", afirmou Anshu Banerjee, diretor de saúde materna, neonatal, infantil e adolescência e envelhecimento da OMS em um comunicado da organização.

A crise de sanitária aumentou a pobreza e gerou pressão sob os sistemas de saúde, o que dificulta o controle de mortes maternas. Além disso, a infecção aumenta a probabilidade de uma gestante vir a óbito. Segundo um estudo publicado em janeiro de 2023, uma mulher grávida com a doença tem oito vezes mais chances de morrer em comparação com outra que não foi infectada.

O Brasil não consta na lista dos países com os maiores números de morte materna e de recém-nascidos -Índia, Nigéria e Paquistão encabeçam essa lista. No entanto, o país ainda enfrenta dificuldades para reduzir esses óbitos, tendo até mesmo registrado aumento nos últimos anos.

COMO MELHORAR?

O relatório divulgado indica algumas ações que precisam ser tomadas para reduzir as mortes relacionadas à gravidez. Uma delas é proporcionar no mínimo quatro atendimentos pré-natais durante a gestação. Segundo a OMS, as regiões que apresentam maiores índices desses óbitos, como partes da África e da Ásia, têm um desfalque nesse tipo de serviço.

A organização estipula que oito atendimentos é o ideal, mas menos de 60% de gestantes nessas regiões conseguem pelo menos quatro consultas -o número mínimo recomendado.

Outra ação necessária é prover atendimento neonatal para o bebê, já que grande parte das mortes tem relação com causas evitáveis. Se houvesse o atendimento adequado dos recém-nascidos, os índices poderiam cair. O relatório aponta que a meta é fornecer o serviço para no mínimo 80% dos recém-nascidos em todo o mundo.

Por enquanto, somente a América Latina e o Caribe atingiram esse índice, com 89% da cobertura. Localidades mais críticas, como a África subsaariana, estão longe de alcançar a meta -nesta última região, o índice é somente de 59%. Se não forem adotadas medidas robustas, explica o relatório, alcançar o percentual estipulado se tornará muito difícil.

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