© Getty
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Membro da direção nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Gilmar Mauro afirmou nesta quinta-feira (11) ver uma "linha política interessante" no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e na gestão de Ricardo Nunes (MDB).
PUB
"Eu acho que há uma linha política interessante aqui no governo do estado e na Prefeitura de São Paulo, boas conversas", disse Gilmar Mauro à imprensa no primeiro dia da 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária, no parque da Água Branca, zona oeste da capital paulista.
Após João Doria proibir a realização da feira no local, Tarcísio voltou a autorizar o evento.
"Embora tenha uma identidade do Tarcísio com o bolsonarismo, ele se elegeu em função disso, é governador, na medida que eleito, de toda a sociedade, assim como o presidente Lula", completou.
Gilmar disse ainda que Tarcísio e Nunes serão bem recebidos se comparecerem à feira.
Em relação ao presidente Lula (PT), Gilmar afirmou que o MST "é independente e tem autonomia", apesar de ter ajudado a eleger o petista.
Na entrevista à imprensa, Gilmar defendeu as ocupações de terra e disse que a produção de alimentos exibida na feira só foi possível "porque a gente fez ocupação anteriormente no passado". "Reforma agrária é ocupação sim e vai continuar sendo", emendou.
Ceres Hadich, também membro da direção do MST, afirmou que a reforma agrária é o caminho para acabar com a fome no país.
Os dirigentes minimizaram a CPI que mira o MST na Câmara dos Deputados, afirmando que seu objetivo é apenas desgastar o governo federal.
"É uma tentativa de nos deixar no canto do ringue, mas vamos continuar nos organizando", disse Hadich.
Na opinião dos dirigentes, a feira, que vai até domingo (14), é também um instrumento de pressão pela reforma agrária e um modo de demonstrar apoio da população ao movimento.