Anderson Torres deixa Batalhão da PM em Brasília após quase 4 meses de prisão

Após quase quatro meses, a Justiça expediu seu alvará de soltura e ele voltou para sua residência na capital federal

© Getty

Política Anderson Torres 12/05/23 POR Estadao Conteudo

Horas depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinar a sua soltura, Anderson Torres deixou o 19.º Batalhão da Polícia Militar em Brasília, onde estava preso desde 14 de janeiro. Após quase quatro meses, a Justiça expediu seu alvará de soltura e ele voltou para sua residência na capital federal.

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Como condição para ficar em liberdade, Torres terá de usar tornozeleira eletrônica, não poderá ter redes sociais, tampouco se comunicar com qualquer investigado no Supremo pelos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, quando as sedes dos três Poderes foram atacadas.

Outra restrição imposta por Moraes é quanto ao porte de arma, que está proibido para o ex-secretário - Torres é delegado da Polícia Federal. "A necessária compatibilização entre a Justiça penal e o direito de liberdade demonstra que a eficácia da prisão preventiva já alcançou sua finalidade, com a efetiva realização de novas diligências policiais, que encontravam-se pendentes em 20 de abril de 2023", afirmou o ministro, no despacho.

Um dos entraves que dificultaram a liberdade de Torres foi a resistência dele em fornecer as senhas para acesso ao seu celular, apreendido logo após sua prisão. Embora esse não tenha sido o argumento da manutenção da preventiva, a questão foi pontuada por Moraes em uma das decisões em que negou pedido de liberdade feito pelos advogados do ex-secretário.

A defesa de Torres fez vários pedidos de soltura nos últimos quatro meses, alegando desde questões processuais até problemas de saúde do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL). Parlamentares que o visitaram no último fim de semana afirmaram que Torres "chorava o tempo todo" e estava bastante debilitado.

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal é investigado no inquérito que apura os atos antidemocráticos de 8 de janeiro e há suspeita de omissão e conivência com os radicais. Na ocasião, ele estava nos Estados Unidos e voltou ao Brasil para se entregar à Justiça.

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