© Ueslei Marcelino / Reuters
SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa afirmou que o presidente Lula (PT) cometerá "um grande erro" se não indicar um ministro ou ministra negra para a Corte. A declaração foi em entrevista ao jornal Valor Econômico.
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"Lula foi um ousado ao me nomear. O Brasil ainda vivia o mito da democracia racial. Seria um contrassenso e um paradoxo que, 20 anos depois, quando houve avanço nas políticas de igualdade racial iniciadas no primeiro governo Lula, e que também levaram a iniciativas privadas, que este governo não nomeie pelo menos um negro", disse.
Barbosa foi o primeiro e único ministro negro da história da Corte. Atualmente, o candidato mais cotado para assumir a vaga de Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril, é Cristiano Zanin, que defendeu Lula nos processos relacionados à Operação Lava Jato.
Ex-ministro disse não acompanhar cotidiano da Corte. Questionado sobre como enxerga o papel do Supremo no combate ao bolsonarismo radical, ele disse que não segue o dia a dia do tribunal. "Está fazendo 20 anos de minha escolha, em 7 de maio de 2003".
Barbosa pediu voto em Lula nas eleições do ano passado. "É preciso votar já em Lula no primeiro turno para encerrar essa eleição no próximo domingo", disse ele em vídeo divulgado pela campanha do petista.
O ex-ministro afirmou que presidente precisa de "mais sobriedade". "É preciso sentar e, com moderação, tomar as decisões importantes para o país sem necessidade de todo esse foguetório", opinou ele, que defende menor exposição do governo.
Ele falou em "shows semanais" do ministro da Justiça, Flávio Dino, e que Lula continua soltando o verbo. "Deveria haver um contraste com a balbúrbia anterior", declarou.
"Um país que está saindo da truculência dramática como foi o governo Bolsonaro merece um pouco mais de calmaria", afirmou.