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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O humorista e apresentador Fábio Porchat saiu em defesa do também comediante Léo Lins após a Justiça censurar o especial de comédia dele. No conteúdo que já foi removido da internet, Lins fazia piadas que citavam nordestinos, pessoas gordas e com deficiência.
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"Isso aqui é uma vergonha! Inaceitável", escreveu Porchat em seu Twitter ao repercutir a medida contra o colega. Porém, logo o nome dele foi parar entre os assuntos mais comentados da mesma rede social. Muita gente criticou a postura dele. Até a publicação deste texto, o apresentador não havia se posicionado sobre o tema. Procurado, não respondeu.
"Rabin, Porchat e toda uma patota de comediantes agora se dizem surpresos, quando contribuíram para esse cenário de censura", opinou o perfil de Irlandês. "Uma pena não poder fazer piada capacitista, transfobia, homofóbica, gordofóbica entre outras, né, Porchat?", ironizou o perfil de Eduardo.
"O problema dessa turma é que eles escolhem quais preconceitos são legítimos e podem ser incentivados. O Porchat mesmo é um dos maiores incentivadores do preconceito com crentes no país", foi o que escreveu o perfil de Wagner Thomazoni.
Houve também quem tenha recuperado trechos de uma participação do humorista em um podcast no qual se mostrava contra esse tipo de piada. Num trecho, Porchat afirma que quem ri de uma deficiência, por exemplo, precisa ter responsabilidade, já que "pessoas são mortas por esse tipo de piada", e que "lutar para fazer uma piada que perpetue preconceito é tão pequeno, precário e triste".
ENTENDA O CASO
O humorista Léo Lins foi obrigado a apagar um especial de comédia de seu canal no YouTube nesta terça-feira (16). O clipe, que tinha mais de 3,3 milhões de acessos, contava com piadas sobre minorias e teve sua retirada determinada após um pedido do Ministério Público. O próprio humorista confirmou essas informações.
Segundo ele, a retirada do vídeo deve "abrir um precedente perigoso para a comédia e arte em geral". Em algumas publicações, nas quais Lins fazia uma contagem regressiva para o banimento do material, ele fez alguns desabafos.
Em outro post, ele contou que seu advogado já estava entrando com uma defesa e que pretendia fazer um vídeo relatando o que está acontecendo.
No vídeo em questão, Lins fala sobre um "ranking de privilégios que existe hoje na sociedade". "Na base, está o velho. Em cima, está o nordestino pobre. Depois dele, está a mulher grávida, que tem assento especial. Em cima dela, está o gordo que também já tem assento especial. O gordo é uma grávida que se autoengravidou. (...) Em cima do gordo, está o deficiente que tem assento, não pega fila. A prova disso é que um velho nordestino, gordo e deficiente virou presidente", diz ele, em trecho que continua disponível nas redes sociais.
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