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Dois dos sete ministros do PMDB no governo, Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), rechaçaram a ideia do partido desembarcar do governo e, ao menos publicamente, reforçaram o apoio a presidente Dilma Rousseff e afirmaram que seria um erro a saída do governo neste momento de crise. "Seria uma grande irresponsabilidade você ter ministros da importância como ministério da Saúde, Minas e Energia, Agricultura, num momento de crise tão aguda como essa, a gente esvaziar os ministérios", disse Pansera, que ressaltou que essa era uma opinião dele e não do partido. "Aí eu pergunto: e os mais de 1.000 cargos que o PMDB exerce no governo hoje. Como é que farão? Irão esvaziar também? Irão levar o debate político ao extremo de paralisar o País ou vamos agir com responsabilidade diante de um momento tão duro que o País passa?", questionou.
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Castro disse que pensava "100% igual ao Celso Pansera" e destacou que o presidente da República não é eleito pelos parlamentares. "Ele é eleito diretamente pelo povo brasileiro", disse. "O mandato dela é dado diretamente pelo povo brasileiro, que tem dia e hora de começar, dia e hora de terminar", completou, ressaltando que o impeachment em curso na Câmara é equivocado já que no caso da presidente Dilma não existe "nem sombra de crime de responsabilidade".
O ministro da Saúde afirmou ainda que o PMDB é um partido grande com diferentes correntes que têm que ser respeitadas. "O PMDB tem que ser entendido dessa maneira: é um partido que está dividido", afirmou destacando que o mais importante agora é que a sigla garanta governabilidade. "É um partido da estabilidade política, é um partido da previsibilidade. O país está precisando do PMDB mais do que precisou em qualquer época. Então, não é a hora de se sair do governo", afirmou. "Pelo contrário. É hora de um esforço maior para permanecer no governo e ajudar a governabilidade."
Castro disse ainda que a ala oposicionista do partido é desde sempre contra a presidente e não vai mudar. "São grupos dentro do partido perfeitamente identificáveis, que são a favor do impeachment, contra o governo da presidenta Dilma. E são desde sempre. Esses não vão mudar de opinião, como nós também não vamos mudar de opinião."
Apesar de defender que o partido não deve sair do governo, Pansera e Castro não disseram qual posição tomarão caso a decisão seja tomada na reunião da sigla do próxima dia 29. Pansera não quis comentar se acataria a decisão do partido de uma eventual saída, entretanto, disse que caso seja necessário "continuará defendendo" a presidente Dilma no Congresso. "Se for necessário defenderei também como deputado, significa que se for necessário voltarei para voltar contra o impeachment", afirmou, ressaltando que não existe justificativa jurídica para o impeachment.
O ministro da Ciência e Tecnologia ressaltou que a estratégia do PMDB só será definida no dia 29 e disse acreditar que os ministros têm "uma posição unificada" de permanecer no governo. Além da Saúde e Ciência e Tecnologia, o PMDB tem a vice-presidência e o comando dos ministérios de Minas e Energia, Agricultura, Turismo e Portos. Com informações do Estadão Conteúdo.