© Shutterstock
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Volkswagen anunciou que desistiu de suspender os contratos de trabalho de cerca de 800 funcionários da fábrica de Taubaté (SP), cinco dias após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter divulgado que lançará um plano para reduzir o preço dos carros populares novos.
PUB
"O motivo (da desistência) são as novas perspectivas para a demanda de vendas no setor automobilístico", informou a empresa em nota oficial.
O pacote para o setor deve ser anunciado até a próxima semana, segundo o governo. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) adiantou que a principal medida será a redução de tributos como IPI e PIS/Cofins para veículos de até R$ 120 mil.
O desconto pode variar entre 1,5% e 10,96%, de acordo com a faixa de preço, a eficiência energética e a produção nacional envolvida na montagem. Após o anúncio, houve queda no número de emplacamentos de carros zero-quilômetro em meio a espera pela divulgação das medidas.
A suspensão dos contratos na fábrica da Volkswagen em Taubaté estava programada para começar em 1º de junho. Mas, em 11 de maio, a empresa adiou o início da operação para 1º de julho, de acordo com o Sindmetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região).
Nesta quarta-feira (31), o sindicato disse ter sido informado pela montadora de que o chamado layoff não ocorrerá até o final deste ano. Em comunicado, a Volkswagen informou que cancelou a medida e não citou se ela é válida apenas para 2023, como alegou o sindicato.
"Isso atinge diretamente a nós trabalhadores e o produto que temos aqui na fábrica de Taubaté. Essa foi uma discussão do movimento sindical juntamente com o governo federal e as montadoras. E agora já começamos a ver os resultados", disse o presidente do Sindmetau, Claudio Batista.
LÍDER DE VENDAS DA VOLKSWAGEN É PRODUZIDO EM TAUBATÉ
A fábrica de Taubaté é responsável pela produção do Polo Track e o Novo Polo. O Volkswagen Polo, que foi o segundo modelo mais vendido do país e o primeiro colocado entre os hatches, teve 7.636 emplacamentos em maio. Foi um dos poucos a registrar alta nas vendas em seu segmento: crescimento de 25,9% sobre abril.
A venda de veículos novos teve queda depois do anúncio do governo. Os emplacamentos caíram cerca de 30% no período de 25 a 30 de maio, na comparação com o mesmo período de abril, mostram dados de mercado obtidos pela reportagem. A maioria foram carros de passeio, mas a conta inclui também outras categorias, como caminhões e ônibus. De 25 a 30 de abril, foram licenciados 47.815 veículos no país. Já de 25 a 30 de maio, o total foi de 33.417, 30,1% a menos.