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(FOLHAPRESS) - A Apple lançou nesta segunda-feira (5) seus óculos de realidade aumentada, chamados de Vision Pro, que projetam hologramas e também garantem imersão. O produto chegará ao mercado norte-americano no começo de 2024, por US$ 3.500 (R$ 17.230)
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Não há data definida para lançamento do dispositivo no Brasil, mas a empresa afirma que levará o aparelho a outros países ao longo do ano que vem. A novidade fez parte da abertura da conferência anual da Apple para desenvolvedores, conhecida como WWDC.
Esse é a primeira vez que a Apple anuncia um novo formato de computador pessoal desde o lançamento do iPad em 2010 -que chegou ao Brasil apenas em novembro de 2011. O processo de desenvolvimento do Vision Pro envolveu a criação de mais de 5.000 patentes, de acordo com a empresa.
A Apple entregará óculos capazes de gerar a resolução de uma TV 4k em cada lente -são 23 milhões de pixels. Seis câmeras, seis microfones e 12 sensores permitirão que o usuário continue a ter contato com o mundo externo. O processador é o mesmo M2 usado na geração mais recente de MacBooks.
O Vision Pro, aliás, é tratado pela companhia como um computador de realidade aumentada e funciona de maneira independente. O dispositivo, ainda assim, terá integração com iPhone, iPad, MacBooks e outros produtos Apple.
A empresa também desenvolveu um chip especializado para realidade virtual, chamado R1. Essa tecnologia diminui a latência de processamento dos dados externos para 12 milissegundos -o que é oito vezes mais rápido do que o piscar dos olhos, de acordo com o vice-presidente de desenvolvimento tecnológico da Apple, Mike Rockwell.
A expectativa pelo anúncio do dispositivo da Apple trouxe otimismo ao mercado de realidade aumentada, de acordo com o portal The Verge. Isso teve reflexo nos valores das ações da gigante da tecnologia, que atingiram patamares recorde: US$ 184,90 (mais de R$ 910).
Após a divulgação dos óculos, investidores ajustaram os preços, e os papéis da gigante da tecnologia fecharam em queda de 0,75%, a US$ 179,61 (R$ 844).
A Microsoft também tem óculos de realidade mista vendidos por mais de R$ 40 mil, mas seu uso tem foco no mercado corporativo e industrial. No Brasil, a Embraer usa a tecnologia para assistência técnica remota e simulações. Nos EUA, o dispositivo é vendido pelos mesmos US$ 3.500 anunciados pela Apple.
O modelo da Apple é capaz de oferecer esse serviço, enquanto também permite imersão total, como os modelos focados em jogos e experiências no metaverso. A propaganda da Apple deu foco a diferentes formas de consumo de conteúdo, como cinema imersivo, captura e visualização de fotos a partir dos olhos e navegação na internet.
"O dono do Vision Pro pode assistir a um filme, com a tela do tamanho que desejar, de onde ele quiser", afirma a gerente de produto de realidade aumentada da Apple, Alessandra Mcginnis.
O chefe-executivo da Disney, Bob Iger, também participou do evento de anúncio do Vision Pro e afirmou que os conteúdos da plataforma de streaming Disney Plus estarão disponíveis no dispositivo de realidade aumentada desde o primeiro dia de vendas.
A apresentação da Disney levantou a possibilidade de novas formas de conteúdo. A audiência poderia, por exemplo, assistir a um filme de Star Was, enquanto visualiza informações técnicas de uma espaçonave e a biografia de um personagem. No esporte, fãs teriam acesso a estatísticas de desempenho em tempo real.
Na mídia especializada, analistas afirmam que a multifuncionalidade do Vision Pro pode ser o diferencial para criar uma tendência de uso de óculos de realidade virtual. O produto da Apple, entretanto, custa mais do que a concorrência.
O Oculus Metaquest 3, da Meta, foi anunciado no último dia 1º com projeções de valor de mercado em US$ 500 (R$ 2.500).
A portabilidade também é incompleta. Embora o dispositivo seja leve e ergonômico em função dos componentes de tecido, de acordo com a Apple, a bateria externa dura apenas duas horas e precisa ser ligada aos óculos por um fio. A concorrência tem autonomia similar. Quem quiser usar o aparelho por mais tempo precisa deixá-lo ligado à tomada.
Diferentemente do Metaquest 3, o Vision Pro permite uma experiência sem controles, a partir de gestos, movimento dos olhos e comando de voz à Siri. A Apple garante que dados relativos ao movimento das pupilas não serão compartilhados com ninguém.
O usuário vai poder ligar periféricos como mouse e teclado ao computador de realidade aumentada via bluetooth.
Trabalhos criativos como produção de vídeo e áudio também serão possíveis no Vision Pro, que será compatível com os softwares de edição iMovie e GarageBand.
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