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Segundo ele, essa legislação trouxe desequilíbrio aos termos do acordo, cujas tratativas haviam sido concluídas em 2019, mas que jamais foi assinado. "A premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é a de confiança mútua, e não de desconfiança e sanções", afirmou Lula. "Em paralelo, a União Europeia aprovou leis próprias com efeitos extraterritoriais e que modificam o equilíbrio do acordo. Essas iniciativas representam restrições potenciais às exportações agrícolas e industriais do Brasil."
A representante dos europeus afirmou que as negociações devem transcorrer ao menos até o fim do ano, quando espera que o acordo possa ser assinado. Havia expectativa, de ambos os lados, de encontrar uma solução para assinar o acordo até julho, quando os presidentes dos países do Mercosul viajarão a Bruxelas para participar de uma cúpula de chefes de Estado da Celac (Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos) e da União Europeia.
Von der Leyen disse que a União Europeia aguarda a resposta do Mercosul aos compromissos adicionais, e está disposta a ouvir as razões dos países sul-americanos.
Anunciada em 2019, ainda no governo Jair Bolsonaro, a carta paralela sobre matéria ambiental foi apresentada ao Mercosul somente em março. Ao receber a presidente da Comissão Europeia no Palácio do Planalto, o presidente voltou a dizer que vai manter o fomento à indústria nacional, por meio da política de compras públicas. A quebra da reserva de mercado, com a abertura das compras governamentais aos produtos fabricados na Europa, é tratada num capítulo já negociado do acordo, mas que o Brasil deseja rever. Lula já disse que, se os europeus não desistirem, "não tem acordo".
No entanto, integrantes do governo admitem que isso significaria uma reabertura das negociações, o que pode inviabilizar por completo negociações que duram mais de 20 anos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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