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A inteligência artificial (IA) tem avançado a passos largos nos últimos tempos, e trazendo inúmeras possibilidades e benefícios, sobretudo, no setor de negócios. Contudo, à medida que essas novas tecnologias se desenvolvem, também surgem preocupações éticas e sociais, uma delas sendo a criação de imagens falsas.
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Neste ano, já “presenciamos” imagens do Papa Francisco super estiloso andando pelas ruas do Vaticano, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump sendo preso, entre outras imagens que se pulverizaram na internet, causando confusão sobre o que é real e fake, entre os internautas. Para Wanderson Castilho, perito em crime digital, a maior preocupação em relação aos conteúdos manipulados, é o seu alto potencial na disseminação da desinformação. “A velocidade e facilidade com que essas imagens são produzidas são um grande desafio, já que elas podem gerar notícias falsas, difamar indivíduos, comprometer a integridade de empresas e até mesmo influenciar as próximas eleições” resume Castilho.
O especialista ainda explica que a frase “só acredito vendo” perdeu força nos últimos tempos. Isso porque os algoritmos são super avançados, e capazes de criar imagens falsas convincentes que são quase indistinguíveis de imagens reais.
Para ajudar os usuários a navegar nesse cenário complexo, Castilho destacou algumas dicas na identificação de fotos falsas e reais, veja:
Saiba a fonte e o contexto: Segundo o perito digital, é necessário verificar a origem da foto e buscar informações sobre o contexto no qual ela foi registrada. “Local, pessoas envolvidas, elementos da foto que possam indicar o contexto histórico, ou foi um fotógrafo renomado que tirou a foto. Essas informações podem ajudar a identificar o que é real”, diz.
Detalhes são importantes: Para ele, buscar erros evidentes, como sombras ou iluminação inconsistentes, proporções distorcidas ou falhas na perspectiva também podem indicar adulterações nas imagens. Outra dica de análise simples, segundo o especialista, é inverter a imagem para ver se faz mais sentido com a realidade.
Busque outras versões da imagem: Castilho também aponta que o uso do Google Imagens pode ajudar na identificação. “Verifique se a mesma foto aparece em outros contextos ou com diferentes legendas, e se a mesma imagem for associada a histórias inconsistentes, é possível que tenha sido falsificada”, diz
Analise a qualidade de imagem: Ainda segundo Castilho, as imagens manipuladas geralmente exibem irregularidades na qualidade visual, como bordas irregulares, sombras inconsistentes ou áreas distorcidas. Para ele, é imprescindível que se observe cuidadosamente esses aspectos para identificar possíveis sinais de edição”, comenta.
Senso crítico: o especialista também aconselha que os usuários desenvolvam um senso crítico em relação às informações consumidas na internet. “Esteja ciente de que as fotos podem ser usadas para manipular narrativas e influenciar opiniões. Considere a possibilidade de que a imagem possa ser falsa antes de compartilhá-la ou tirar conclusões precipitadas”, alerta.
Por fim, Wanderson Castilho considera que a preocupação com a criação de fotos falsas é uma realidade que pode ser enfrentada. “Além da conscientização pública, é necessário investir em ferramentas avançadas na detecção de deepfakes, e expandir as investigações forenses digitais para o rastreamento da origem a autoria dessas imagens manipuladas”, conclui.