© Vasco da Gama
Mesmo após sofrer uma goleada no clássico diante do Flamengo, por 4 a 1, a empresa 777 Partners, que controla o futebol do clube, entendeu que uma derrota poderia acontecer, apesar de não esperar uma diferença tão grande no placar e no campo. O jogo seguinte, em que o Vasco foi derrotado por 2 a 1 para o Internacional, em Porto Alegre (RS), também era considerado muito difícil. Por isso, o técnico Maurício Barbieri seguiu tendo a confiança no cargo.
Entretanto, as duas próximas partidas são consideradas decisivas e, apesar de apostar em um projeto a longo prazo e gostar do trabalho desenvolvido pelo treinador, a empresa americana pode ceder à pressão da torcida. Além do Goiás, o Vasco enfrentará o Cuiabá, também em São Januário, dois adversários que não brigam na parte de cima e são jogos considerados 'mais fáceis'. A torcida, apesar de ter cobrado muito, também entendeu a importância dos jogos, e esgotou os ingressos ainda na quarta-feira.
O Vasco não vence como mandante desde 9 de março, quando fez 2 a 0 no Bangu, ainda pelo Campeonato Carioca. Desde então, foram seis jogos, quatro derrotas e dois empates. No Brasileirão, foram quatro partidas, um empate e três derrotas seguidas, para Bahia e Santos, ambas por 1 a 0 em São Januário, além da goleada para o Flamengo, no Maracanã. Com a má sequência, o Vasco estacionou nos seis pontos e amarga a 19ª e penúltima colocação. O medo de voltar para a Série B acendeu a luz amarela, de alerta, no clube.
O Goiás também não vive o seu melhor momento e está há quatro jogos sem vencer no Brasileirão, com dois empates e duas derrotas. Com isso, abre a zona de rebaixamento, em 17º lugar. Entre esse jejum, porém, foi campeão da Copa Verde, diante do Paysandu-PA, e também lidera seu grupo na Copa Sul-Americana, mesmo jogando os últimos jogos com reservas.
A partida ainda marcará o reencontro de Pedro Raul com o Goiás. Vice-artilheiro do Brasileirão na temporada passada pelo clube goiano, com 19 gols, o atacante de 26 anos foi a grande contratação do Vasco, que investiu mais de R$ 100 milhões no mercado. Entretanto, ainda não engrenou e fez nove gols em 22 jogos, mas apenas dois gols na Série A. Além disso, ficou marcado por perder pênaltis decisivos, incluindo na eliminação da Copa do Brasil para o ABC, em pleno São Januário.
Enquanto a diretoria se movimenta no mercado para trazer reforços, o técnico Maurício Barbieri teve mais tempo para corrigir erros e testar mudanças. Certo mesmo é que não poderá usar o zagueiro Robson, suspenso. Lyncon e Miranda são as opções. O jovem Rayan, de 16 anos, que entrou bem contra o Internacional, foi usado entre os titulares e disputava vaga com Pedro Raul no ataque.
As dúvidas ficam por conta de três jogadores: o zagueiro Manu Capasso, que se recupera de lesão, o lateral-direito Pumita Rodriguez, que está com a seleção uruguaia, e o volante Andrey Santos, que estava com dores no joelho. Capasso fez trabalho à parte e não deve ter condições. Pumita será avaliado e uma opção é Figueiredo, que foi testado na posição. Andrey deve ser titular.
Longe dos holofotes nos últimos dias, Barbieri pouco falou com a imprensa, mas o discurso após a derrota para o Inter não mudou. "É um momento muito desafiador. A equipe vem lutando, trabalhando, mas as coisas não têm acontecido e carregamos esse peso. A pressão externa foge do nosso controle e só vamos mudar isso com resultados. Temos que continuar trabalhando para reverter."
Não com tanta pressão, mas também precisando vencer, o Goiás terá a estreia do técnico português Armando Evangelista. O time vinha sendo comandado pelo auxiliar permanente Emerson Ávila após a saída de Guto Ferreira.
Com uma semana de treinamentos, Armando não fará mudanças drásticas na escalação. A boa notícia fica por conta do retorno do lateral-direito Maguinho, que cumpriu suspensão. Por outro lado, tem preocupações no ataque. Diego, com uma lombalgia, está fora, enquanto Vinícius, com dores musculares, é dúvida. Se não tiver condições, Alesso ganhará uma chance.
O técnico português explicou porque não fará muitas mudanças em sua estreia. "Em apenas uma semana, não podemos alterar tudo porque não temos tempo para trabalhar comportamentos muito diferentes daquilo que o time vinha fazendo. Acho que alterações serão feitas, mas vamos pensar nelas no decorrer do Brasileirão. Introduzir tudo novo neste momento não seria benéfico."
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