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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um brasileiro que trabalhava como entregador de flores na cidade de Oakland, nos EUA, foi assassinado a tiros após elogiar um cachorro. O tutor do animal não gostou da interação e disparou à queima-roupa.
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Matheus Martines Gaidos, 27, mudou-se porque tinha medo da violência no Brasil e buscava uma vida melhor. Ele morava nos EUA havia cinco anos e pretendia voltar para seu país natal em agosto.
O assassinato aconteceu na última quinta-feira (22). Matheus conversava no celular com um amigo brasileiro, que relatou ter ouvido o comentário "bom cachorro", disse a mãe da vítima, Isabel Martines, à emissora americana KTVU Fox 2. A fala iniciou uma discussão com o tutor do animal.
Imagens de uma câmera de segurança mostram que o homem deu um tapa no rosto de Matheus, que reagiu jogando flores. Em seguida, o criminoso sacou uma arma e atirou à queima-roupa. O brasileiro chegou a ser socorrido, mas não resistiu. O atirador e uma mulher que o acompanhava foram detidos.
Os pais de Gaidos viajaram para Oakland na sexta (23), assim que souberam da morte do filho. Eles disseram que o brasileiro fazia a última entrega do dia e descreveram o assassinato como cruel. "Não sei explicar a dor. Não sei o que fazer. Estou destruída por dentro", disse Isabel Martines ao KTVU Fox 2.
Isabel contou que costumava visitar o filho todos os anos. A próxima viagem estava planejada para setembro. Ela disse que Matheus a recebia com flores toda vez que chegava na cidade.
"É difícil perdoar algo assim", disse o pai, Antonio Gaidos. "Queremos justiça. Não queremos ver isso acontecendo com outra pessoa", acrescentou.
Amigos descreveram Matheus como um "cara do bem" e tranquilo. Guilherme Silva, que também trabalha como entregador em Oakland, disse que ambos se mudaram aos EUA porque achavam o Brasil perigoso.
"[A próxima vítima] pode ser qualquer um de nós. Pode ser outro amigo. Agora, não achamos que estamos mais seguros aqui", disse Dario Pacheco, outro amigo da vítima.
Em junho do ano passado, a Suprema Corte dos EUA, de maioria conservadora, decidiu que o porte de armas em público não pode ser restringido por leis estaduais. A sentença abriu espaço para que mais pessoas armadas circulem pelas ruas, num momento em que o país debate formas de evitar novos assassinatos a tiros.
A Suprema Corte considerou inconstitucional uma lei de 1913 do estado de Nova York que determinava que pessoas interessadas em andar com uma pistola nas ruas tivessem de apresentar uma justificativa para tal. A maioria dos juízes, por 6 a 3, decidiu que restrições como essa vão contra a Segunda Emenda da Constituição americana, que garante aos cidadãos a posse e o porte de armas.
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