Falsos médicos compraram diplomas por até R$ 400 mil, diz TV

Detalhes da investigação foram divulgados neste domingo pelo Fantástico

© ShutterStock

Brasil CURSOS-MEDICINA 03/07/23 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Polícia Federal revelou que falsos médicos pagavam até R$ 400 mil por diplomas de faculdades de medicina. Detalhes da investigação foram divulgados neste domingo pelo Fantástico.

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Pelo menos 65 registros foram obtidos junto ao Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro) com documentos falsos. Esquema criminoso falsificava os documentos e vendia para falsos médicos. O delegado da Polícia Federal Francisco Guarani explicou que "a investigação conseguiu apontar que de fato existia uma estrutura empresarial nessa venda de diplomas falsos e históricos escolares falsos."

A enfermeira Cássia Santos de Lima Menezes admitiu em depoimento que chegou a dar plantões e que gastou R$ 400 mil com os documentos falsos. Ao Fantástico, o advogado disse que ela é inocente e já prestou esclarecimentos às autoridades.

Jonny Teixeira Carreiros afirmou à PF que pagou R$ 80 mil pelo diploma. Ele contou também que estudou medicina no Paraguai, mas não se formou. O homem foi preso em fevereiro deste ano, mas foi liberado nove dias depois. Os advogados dele disseram que ele foi vítima de um golpe.

A quadrilha usava papel de qualidade e conseguia reproduzir o logotipo de universidades brasileiras. Maioria dos registros fraudados eram da UNEB (Universidade do Estado da Bahia). Em nota, a universidade informou que "todos os documentos recebidos pelo Cremerj não foram emitidos ou assinados pela universidade e são ilegítimos", revelou a reportagem.

A investigação mostrou que, com documentos falsos em mãos, os suspeitos se passavam por estudantes formados e conseguiam empregos, principalmente em prefeituras. Os criminosos também criaram um e-mail falso para enviar o diploma fraudulento quando os conselhos regionais de medicina solicitavam a documentação.

O que dizem as autoridades

O Cremerj esclareceu que as fraudes foram descobertas quando uma funcionária desconfiou de documentos. Ela fez a denuncia e a Polícia Federal começou a investigação. "O órgão mudou o processo de checagem e anulou todos os 65 registros obtidos com documentação falsa", conforme veiculado pelo Fantástico.

O Conselho Federal de Medicina destacou que deve criar novos protocolos para checar a documentação. José Hiran Gallo explicou que uma disponibilizou uma equipe para ir aos conselhos regionais investigar a fragilidade do sistema.

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