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UOL/FOLHAPRESS) - O GP da Áustria poderia ter ficado marcado pela sprint mais movimentada que tivemos desde a adoção do formato, devido à chuva que caiu quando os carros estavam alinhando no grid, ou pela corrida com várias ultrapassagens, mas o assunto mesmo acabou sendo a chuva de punições devido a um velho problema do Red Bull Ring: os limites de pista. E bem no dia em que a F1 anunciou que estendeu o contrato com os austríacos até 2030, seria bom eles terem colocado como cláusula contratual a mudança da área de escape das curvas 9 e 10, o que já resolveria facilmente o problema.
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Com o carro na mão e sem dificuldades para mantê-lo dentro das linhas brancas, Max Verstappen venceu a sprint e o GP, e abriu impressionantes 81 pontos de vantagem para o companheiro Sergio Perez, que pelo menos voltou ao pódio com o terceiro lugar.
Verstappen, inclusive, superou Ayrton Senna em número de vitórias com a conquista. Ele não costuma citar muito o piloto brasileiro, mas disse que já tentou usar uma de suas frases mais famosas algumas vezes, muito provavelmente na sala dos comissários. Claro que me refiro àquela "se você não aproveitar uma brecha, não é mais um piloto de corrida." Rindo, Verstappen disse que "às vezes colou, às vezes não, mas isso é corrida de carro!"
PROJETO CONGELADO PARA QUEM ESTÁ GANHANDO MUITO?
O final de semana começou com uma proposta no mínimo curiosa de Lewis Hamilton, que sugeriu uma mudança de regra: se uma equipe começa a vencer muitos campeonatos, ela ficaria obrigada a começar o desenvolvimento do carro do ano seguinte mais tarde que as outras.
É bem verdade que está na moda na Fórmula 1 adotar regras para deixar o grid mais igualado. O teto orçamentário e o limite de desenvolvimento aerodinâmico dependendo da posição no campeonato são dois grandes exemplos disso.
Mas F1 também é meritocracia, e com isso até sua equipe, a Mercedes, dona do domínio mais extenso da história da categoria, concorda.
Então, de onde veio essa proposta? Diz Toto Wolff, chefe do britânico, que não passa de sarcasmo do seu piloto. "Ele é muito mais sarcástico do que as pessoas percebem", dizia o austríaco no paddock.
F1 ESTUDA PROPOSTAS PARA RESOLVER BURACO NAS REGRAS DE 2026
O final de semana de GP também teve uma reunião importante em que foram apresentadas soluções para um impasse do regulamento de motores de 2026, a próxima grande mudança da Fórmula 1. Esse regulamento demorou meses para ser finalizado e acabou sendo muito ditado pela política.
Por um lado, deu certo, já que a Audi anunciou a entrada na categoria, a Ford iniciou uma parceria com a Red Bull, a Honda decidiu retomar o investimento e outras grandes montadoras se interessaram e poderiam se juntar a elas nos próximos anos.
Mas há problemas. Agora que todos estão fazendo as primeiras simulações, ficou claro que o sistema de recuperação de energia térmico, o MGU-H, vai fazer falta. E, pelas limitações que também foram impostas ao MGU-K, os carros vão ficar sem potência da energia elétrica nas retas mais longas, ou em pistas com poucas freadas fortes, em que não dá para recuperar tanta energia.
Como com esse motor de 2026, metade da potência virá das baterias, isso significa uma queda grande de velocidade no meio da reta. As soluções para esse impasse são tanto do lado do motor em si, quanto da aerodinâmica, que pode ser alterada para compensar essa perda. E é aí que começa a politicagem.
A Red Bull, por exemplo, que sempre leva vantagem no quesito aerodinâmica, quer ter liberdade nesse sentido. A Mercedes quer que tudo seja muito restrito para ninguém ter uma vantagem muito grande de qualquer um dos lados. Essa briga vai longe, e terá um novo "round" já nesta semana, em reunião anterior ao GP da Grã-Bretanha, que será realizado já no domingo.
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