Janja rejeita GSI, e governo estuda decreto para segurança da primeira-dama

De acordo com integrantes do governo, o texto está sendo fechado com a PF e deve ser enviado pelo Ministério da Justiça ao Ministério de Gestão e Inovação

© Getty

Política Janja 04/07/23 POR Folhapress

(FOLHAPRESS) - A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, não quer que o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) assuma a sua segurança imediata e prefere que a Polícia Federal continue à frente da missão.

PUB

Como a Sesp (Secretaria Extraordinária de Segurança Presidencial) deixou de existir no último dia 30 e, oficialmente, a segurança presidencial voltou para o GSI, o governo trabalha num decreto para criar uma estrutura normativa que garanta à primeira-dama a manutenção dos policiais.

De acordo com integrantes do governo, o texto está sendo fechado com a PF e deve ser enviado pelo Ministério da Justiça ao Ministério de Gestão e Inovação. A proposta da cúpula da PF é que seja criada uma estrutura dentro da corporação para atender à segurança de Janja.

O presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e suas famílias têm direito à segurança presidencial. Segundo relatos, a primeira-dama teria dito preferir continuar com integrantes da PF no seu entorno.

Um dos motivos é que ela ainda sentiria desconforto com integrantes do GSI, em especial após os ataques golpistas de 8 de janeiro, segundo auxiliares palacianos.

Além disso, Janja sempre fez questão de ter mulheres agentes na sua segurança imediata, que são minoria no GSI, e que a acompanham desde a campanha presidencial. No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a PF montou uma equipe formada apenas por mulheres para fazer sua segurança.

A primeira-dama foi procurada, mas sua assessoria disse que ela não comenta questões de segurança.

Na semana passada, o presidente bateu o martelo e decidiu devolver o tema para a responsabilidade dos militares do GSI, em derrota para o ministro Flávio Dino (Justiça) e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.

A decisão foi tomada na quarta-feira (28), em reunião com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Marcos Antonio Amaro (GSI) e Dino.

Após o encontro, Rui Costa afirmou se tratar de um modelo híbrido, com a atuação de militares, policiais federais e eventualmente policiais dos estados. No entanto, ressaltou que a coordenação ficará a cargo do GSI.

Até o momento, não ficou claro como funcionaria o modelo híbrido e a participação dos integrantes da PF. Desde sábado (1º), o GSI retomou o posto de coordenar a segurança presidencial. Apesar disso, agentes da PF também atuaram durante eventos no final de semana com Janja e Lula.

A decisão de Janja por manter os policiais, por sua vez, representa uma vitória para Dino e para a PF, que, na semana passada, perderam a atribuição para o GSI. De acordo com relatos, a primeira-dama foi a única que solicitou a manutenção da PF.

A segurança presidencial opôs nos últimos meses a PF ao novo chefe do GSI.

Um dos primeiros atos do governo foi a criação da Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata, cujo chefe era o delegado Alexsander Castro de Oliveira.

O decreto que criou o órgão, no entanto, previa que ele existiria de caráter extraordinário até o dia 30 de junho.

Os policiais federais, que vêm usando recursos próprios para desempenhar essas atividades de segurança, pretendiam torná-la permanente. Como mostrou a Folha, a PF gastou cerca de R$ 9,8 milhões em diárias e passagens para a Sesp.

A secretaria era atrelada ao gabinete presidencial e se ocupava apenas da segurança imediata do chefe do Executivo, do vice e de seus familiares. Os outros dois círculos de proteção, a aproximada e afastada, continuavam a cargo do GSI.

A imediata é a segurança pessoal. Na aproximada, militares atuam próximos ao mandatário em eventos e viagens, além de estabelecer parâmetros para emergências. Já a afastada é composta pelos responsáveis por varreduras e vigilância ostensiva em locais de eventos, com auxílio de outras forças de segurança.

Dino e a PF defendiam que o comando da segurança presidencial respondesse a um civil, e não a um militar. Durante o processo de decisão a respeito do tema, integrantes da corporação chegaram a dizer que a polícia poderia se recusar a responder ao GSI, que é chefiado pelo general Marcos Antônio Amaro.

Em outra frente, integrantes do GSI argumentavam que, se a coordenação da segurança presidencial não ficasse a cargo do gabinete, a pasta ficaria esvaziada.

Antes de assumir o GSI, Amaro já dizia a aliados que gostaria de retomar essa função por avaliar que ela historicamente sempre foi subordinada à pasta e ficou a cargo de militares.

Leia Também: Bolsonaro alega que precisa sustentar sua família e oferece apartamento para desbloquear conta

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Distrito Federal Há 20 Horas

Autor de atentado enlouqueceu após Bolsonaro perder, diz ex que viveu 17 anos com ele

mundo Peru Há 23 Horas

Coreano é capturado com centenas de tarântulas no corpo no Peru

mundo Caso Pelicot Há 15 Horas

Suspeito de estuprar Gisèle Pelicot planejava violar a própria mãe

fama UTI Há 20 Horas

Viih Tube deixa UTI após parto do segundo filho: 'estou bem melhor'

fama Príncipe William Há 23 Horas

O primeiro TikTok do príncipe William foi para desculpar aluna atrasada

fama Óbito Há 22 Horas

Morre a irmã do ator Jim Carrey

politica EUA Há 14 Horas

Biden chega amanhã ao Brasil e fará passeio de aeronave sobre a Amazônia

brasil Atentado Há 20 Horas

Amigos falam em transformação de autor de atentado: 'Era um visionário'

fama Luto Há 20 Horas

Morre Arturo García Tenorio, ator de 'Chapolin', aos 70 anos

economia Mercado Há 18 Horas

De Campos Neto a Crivella, saiba quem é contra e quem é a favor do fim da escala 6x1