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SILVIA FRIASCAMPO GRANDE, MS (FOLHAPRESS) - A morte e esquartejamento do jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, 19, foi premeditada, segundo a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. A ex-namorada dele, Rubia Joice de Oliver Luvisetto, 21, é apontada como coautora do crime, juntamente com Danilo Alves Vieira da Silva, 19, que ainda está foragido. Pedrosa foi sepultado nesta sexta-feira (7).
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O rapaz havia desaparecido na madrugada de 25 de junho. A investigação apurou que ele foi morto a tiros, teve o corpo esquartejado e jogado no Rio Iguatemi, em Sete Quedas (MS). Ele foi sepultado na sexta-feira (7) após cortejo pela cidade.
O advogado Felipe Azuma, que defende a ex-namorada, disse que será provado, no decorrer do processo, que a cliente não teve participação alguma no homicídio.
Nesta sexta-feira (7), em entrevista, o delegado Marcos Werneck, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira, sem dar detalhes, disse que há elementos que comprovam se tratar de crime premeditado.
"Identificamos a qualificadora do recurso que dificultou, tornou impossível a defesa da vítima e identificamos a participação da Rubia como coautora do delito praticado", disse Werneck.
Na fala, o delegado referiu-se ao artigo 121 do Código Penal, sobre a qualificadora do homicídio, "mediante traição, emboscada, dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido". Até agora, 17 pessoas foram interrogadas e seis mandados de busca e apreensão, referentes a aparelhos celulares e instrumentos cortantes, foram cumpridos.Segundo a polícia, o inquérito segue em andamento e está em segredo. O delegado diz que já há "panorama seguro da dinâmica do delito", com identificação de outros envolvidos em crimes conexos, sendo citada a ocultação de cadáver e a fraude processual.
Luvisetto foi presa no dia 3 de junho, indiciada preliminarmente por ocultação de cadáver. A polícia está à procura de Silva, autor dos disparos, que ainda está foragido.A reportagem apurou que a Polícia Nacional do Paraguai está auxiliando nas buscas pelo rapaz. Sete Quedas fica na região de fronteira, a poucos minutos de Corpus Christi, no lado paraguaio, de fácil acesso.
Sobre o outro envolvido no crime, Cleber Torres Vobeto, o Maninho, Werneck disse que se trata de "peça-chave" na investigação, tendo apontado onde o corpo foi jogado.O rapaz não foi preso e participou da reconstituição do crime, ocorrida ontem, durante todo o dia. O delegado não explicou o motivo de ele estar solto.
O corpo de Pedrosa foi liberado para sepultamento na sexta-feira. A família preparou cortejo e aguardou na entrada da cidade o carro funérário, que saiu de Ponta Porã.No trajeto, várias pessoas aplaudiam, prestando homenagens ao atleta. Ele foi sepultado no cemitério municipal de Sete Quedas.O crime aconteceu na madrugada de 25 de junho, depois que Pedrosa saiu de festa na cidade Paraguai de Pindoty Porá. Luviseto diz que não conversou com ele e foi embora da festa com Silva e Vobeto, que iriam dormir em sua casa.
No depoimento, Luviseto diz que foi pega de surpresa pelo jogador, que entrou na casa dela e a chamou de vagabunda, pois ela estava com Silva no quarto, dormindo. A estudante diz que empurrou o atleta para fora da casa, mas que o outro rapaz atirou no atleta.
Os barulhos acordaram Vobeto, que dormia em outro quarto da casa. Os dois dizem que foram ameaçados por Silva a colaborar no sumiço do corpo. Luviseto limpou os vestígios de sangue da porta, enquanto o outro carregou o jogador na carroceira de carro e foi até o sítio de Silva, na divisa com Tacuru (MS).No sítio, Silva teria tirado o corpo da carroceria do veículo, dado mais dois tiros no atleta e o jogado no rio Iguatemi. A polícia não explicou quando teria ocorrido o esquartejamento.
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