Siderurgia quer volta da alíquota de 3% para compensar impostos

Lançado em 2011, como parte do Plano Brasil Maior, o Reintegra devolve aos exportadores parte dos impostos cobrados na cadeia de produção

© Dr

Economia Aço 29/03/16 POR Notícias ao Minuto

O presidente executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes, defendeu a volta do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra) a patamares que compensem os resíduos tributários como instrumento necessário para dar fôlego à indústria siderúrgica nacional.

PUB

Lançado em 2011, como parte do Plano Brasil Maior, o Reintegra devolve aos exportadores parte dos impostos cobrados na cadeia de produção. A alíquota caiu de 3% em 2014 para 1%, no ano passado, e agora está em 0,1%. Lopes indicou que o Reintegra deveria voltar, “pelo menos”, aos 3% anteriores, com possibilidade de escalonamento depois, por segmento exportador.

Segundo Lopes, o setor siderúrgico brasileiro vive uma das piores crises de sua história, situação agravada por fatores estruturais, como custo de energia, custo tributário, cumulatividade de impostos, juros e câmbio. Soma-se a isso o cenário externo, de acordo com o presidente do IABr, que apresenta excesso de capacidade de produção de 719 milhões de toneladas. China, Índia e Oriente Médio devem colaborar ainda mais para essa superprodução até 2017, segundo previsões.

Com a queda do consumo interno, há uma perda de competitividade do setor, na avaliação do instituto. Nos três segmentos que representam juntos 80% do consumo de aço no Brail -  automotivo, construção civil e bens de capital -, o consumo de aço caiu, respectivamente, 39%, 19% e 27% no acumulado de 2014 e 2015.

Desempenho

Nesta segunda (28), foram apresentados números consolidados do setor referentes a 2015, que apontam uma queda de 1,9% na produção nacional de aço bruto. Foram 33,256 milhões de toneladas produzidas em 2015, contra 33,897 milhões no ano anterior.

As vendas internas caíram 16,3% nas vendas internas e as importações, 19,3%. Já as exportações subiram 40,3% em volume (13,726 milhões de toneladas) embora, em receita, tenham mostrado queda de 3,3%. “Isso significa que diante da situação do setor, com fechamento de equipamento, grau de utilização baixo da capacidade instalada, nós tivemos que voltar o esforço para a exportação, na expectativa que isso permitisse que as máquinas continuassem operando. Mas, infelizmente, a exportação não trouxe o resultado esperado, como comprovam os números em dólar”.

Demissões

No período, segundo o IABr, foram desativadas ou paralisadas 74 unidades no setor siderúrgico, incluindo quatro altos-fornos e cinco aciarias. As demissões atingiram 29.740 pessoas, reduzindo a força de trabalh no setor para 109 mil trabalhadores.

Previsões

De acordo com as projeções do Instituto Aço Brasil, a produção nacional de aço totalizará em 2016 cerca de 32,920 milhões de toneladas, com redução de 1% na comparação com a produção de 2015 - a menor produção de aço nacional desde 2010.

As vendas internas deverão cair 4,1%, somando 17,418 milhões de toneladas, menor resultado desde 2005. Para as exportações, a estimativa é um crescimento de 2,3% em volume e 3% em valor. Para as importações, é prevista queda, de 38,8% em quantidade e 38,7% em valor. Para o consumo aparente, a queda projetada é de 8,8%, menor consumo desde 2006.

Lopes defendeu que, por não haver ainda projeção de crescimento do mercado interno neste ano, a solução é preservá-lo de importações predatórias ou desleais, particularmente da China, e ampliar as exportações. Números do IABr revelam que as importações de aço do Brasil oriundas da China, que eram da ordem de 12 mil toneladas, em 2000, ou o correspondente a 1,4% do total, subiram para 1,6 milhão de toneladas no ano passado, ou 50,2% do total.

O excesso de capacidade de produção de aço no mundo será objeto de reunião da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em Bruxelas, Bélgica, nos dias 18,19 e 20 de abril próximo. A questão da China será discutida ainda pela União Europeia em encontro no dia 5 de abril.

Atuação do governo

Amanhã (29), em Washington, o do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, terá encontro com representantes do governo norte-americano, com o objetivo de sensibilizar o mercado local a retirar da pauta de restrição os produtos brasileiros.

Investigação do Departamento de Comércio dos Estados Unidos considerou que empresas de vários países, incluindo o Brasil, fixam preços baixos com o intuito de vencer a indústria local. Com isso, os Estados Unidos decidiram taxar as exportações brasileiras, o que significará para o Brasil uma queda de 4 milhões de toneladas de aço laminado por ano para aquele mercado. Com informações da Agência Brasil.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

justica Tragédia Há 18 Horas

Motorista de caminhão envolvido em acidente em MG se apresenta à polícia

mundo Estados Unidos Há 19 Horas

Mangione se declara inocente das acusações de homicídio e terrorismo

fama Hollywood Há 19 Horas

Justin Baldoni é dispensado por agência após Blake Lively acusá-lo de assédio em filme

fama Relacionamento Há 15 Horas

Ginasta Julia Soares e ator Igor Jansen assumem namoro: 'Mais linda'

fama Realeza britânica Há 18 Horas

Rei Chales III quebra tradição real com mensagem de Natal

politica Justiça Há 19 Horas

Foragidos do 8/1 se frustram com Milei e ficam na mira da polícia na Argentina

economia Bahia Há 19 Horas

Trabalhadores em condições análogas à escravidão são resgatados de fábrica da BYD

fama Saúde Há 19 Horas

Preta Gil está acordada e conversando, mas segue na UTI, diz boletim médico

fama Escândalo Há 12 Horas

Espero que a acusação possa ajudar outras vítimas de retaliação, diz Blake Lively

esporte Futebol Há 11 Horas

Libertadores 2025 confirma todos os times e potes após definição na Colômbia