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O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em São Francisco, John Williams, afirmou hoje que a instituição entrou em um período bem-vindo, durante o qual sua política monetária pode ser "chata".
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"Nossos planos para os aumentos de juros e para o balanço (do Fed) são comunicados de forma contínua e consistente. É, sinceramente, a polícia monetária mais telegrafada de nossas existências", disse Williams, durante discurso em Cingapura. "E isso é bom porque ajuda a reduzir o tipo de incerteza sobre a perspectiva que pode causar turbulência nos mercados financeiros."
Williams, que não é membro votante do Fed neste ano, não fez comentários sobre a perspectiva de curto prazo do BC norte-americano, que voltará a se reunir em abril.
Recentemente, outros dirigentes do Fed sugeriram que existe a opção de um novo aumento de juros no próximo mês. Em dezembro, o Fed elevou os juros dos EUA pela primeira vez desde 2006. Desde então, no entanto, o BC dos EUA vem mantendo as taxas estáveis, diante de incertezas sobre o desempenho da economia global.
A presidente do Fed, Janet Yellen, discursa hoje em Nova York, a partir das 12h30 (de Brasília), sobre a perspectiva da política monetária e da economia.
Williams também reiterou, em Cingapura, que a perspectiva dos EUA parece ser bastante positiva e disse não ver necessidade de urgência em elevar os juros de curto prazo, que atualmente o Fed mantém entre 0,25% e 0,50%. Segundo ele, o ritmo de elevação de juros será "gradual e cuidadoso". "Vai demorar pelo menos seis anos para o balanço voltar ao normal, o que está em linha com a abordagem geral de se remover a acomodação gradualmente", ponderou.
Williams notou que as expectativas são de que os EUA cresçam pouco mais de 2% e que a taxa de desemprego recua do atual nível de 4,9% para 4,5% até o fim do ano. Ele também demonstrou otimismo de que a inflação começará a ganhar força em direção à meta de 2% do Fed, depois de não conseguir atingir essa marca por mais de três anos.
"Os últimos dados reforçam minha expectativa de que a inflação está a caminho de voltar para 2% nos próximos dois anos", comentou.
Williams disse ainda que sua perspectiva para o crescimento global não mudou muito e que a desaceleração verificada na China já era totalmente esperada, visto que o país asiático atravessa uma período de transição na economia.
Em relação aos EUA, Williams ressaltou que a perspectiva do país é conduzida principalmente por questões e atividades domésticas. Fonte: Dow Jones Newswires.