Meningite: especialistas tiram 10 dúvidas comuns sobre a doença

A infectologista Vera Rufeisen e o neurologista Felipe da Graça, ambos do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), falam sobre sintomas, tratamentos e diferenças entre os tipos da patologia

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Lifestyle Saúde 11/07/23 POR Rafael Damas

Entre janeiro e junho deste ano, a Secretaria de Saúde de São Paulo, registrou 2.303 casos de meningite. Na comparação com o mesmo período de 2022, quando foram confirmadas 1.869 pessoas acometidas pela doença, o aumento foi de 23%. Dentre as cidades, além da capital, com maiores índices, está Campinas, ao lado de São Bernardo do Campo, Santo André (ambas no ABC) e Guarulhos (grande São Paulo).

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Nestes primeiros seis meses de 2023 foram registradas 155 mortes em decorrência da doença, cujas maiores incidências estão nos municípios de São Paulo, Guarujá, Guarulhos, Osasco, Ribeirão Preto e Santo André. O índice de óbitos é 32,60% inferior ao do mesmo período de 2022, quanto foram registras 230 mortes.

O cenário merece atenção e, por isso, dois especialistas do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), esclarecem as principais dúvidas sobre a doença: o neurologista Felipe da Graça e a infectologista Vera Rufeisen.

1 – O que é meningite?

“A meningite é uma inflamação das meninges, que são estruturas que protegem e recobrem o cérebro, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central”, descreve o neurologista. 

2 – Quantos tipos de meningite diferentes existem?

A infectologista explica que “os dois tipos principais são os virais e os bacterianos, mas também existem aqueles transmitidos por protozoários, fungos, microbactérias, medicamentos, doenças autoimunes, dentre outros”. A letalidade, porém, está ligada às bacterianas.

3 – Quais são as principais diferenças entre elas?

De acordo com a Vera Rufeisen, as meningites virais habitualmente apresentam quadros mais leves, autolimitados, e que não necessitam terapêutica específica, exceto as causadas pelo vírus da herpes, que demandam tratamento diferenciado.

Já as bacterianas meningocócicas (tipo B e C) e pneumocócicas, causadas pelo Haemophylus influenzae, geram quadros mais graves, que requerem imediato diagnóstico e terapia antimicrobia

na apropriada. Por vezes, pode ser fatal ou deixar sequelas, tais como perda da audição e visão, problemas com memória, concentração, coordenação motora, equilíbrio, aprendizado e fala, epilepsia e paralisia cerebral.

4 – Qual é considerada mais frequente?

“O tipo de maior incidência, neste momento epidemiológico, é o Meningococo tipo C, transmitido por contato próximo direto entre as pessoas, a menos de um metro de distância”, alerta Vera.

5 – Quais são os principais sintomas deste tipo de meningite?

“Dor de cabeça intensa, febre, vômito e rigidez de nuca. Podemos ter, ainda, em casos mais graves, sonolência, confusão mental ou convulsões. Manchas vermelhas na pele também são frequentes”, lista Felipe da Graça.

“A febre alta e a dor de cabeça já são motivos suficientes para que a pessoa procure atendimento médico, pois o diagnóstico precoce pode evitar complicações e morte pela doença. Pais, mães e responsáveis por bebês precisam ficar atentos a irritação, falta de apetite e de resposta a estímulos, a moleira protuberante e reflexos anormais”, adiciona.

6 – Como ocorre a transmissão de meningite?

“As virais e bacterianas ocorrem por via aérea, de pessoa para pessoa, por meio de gotículas, secreções do nariz e da garganta. Ou seja, pelo ar. Também pode ocorrer por meio de objetos/alimentos contaminados com patógenos (vírus, bactérias ou parasitas)”, explica o neurologista.

7 – Como é feito o diagnóstico?

“Inclui avaliação médica, coleta do líquor (líquido que envolve o cérebro e a medula) e pode ser necessário exames de imagem como tomografia”, detalha Felipe.

8 – Como a meningite é tratada?

De acordo com o neurologista, o tratamento varia de acordo com o tipo de meningite, desde medicações sintomáticas (usadas apenas para sintomas) e hidratação até necessidade de antivirais e antibióticos.

9 – Por quanto tempo o tratamento deve ser feito?

“O tempo varia. Comumente entre 7 e 14 dias”

10 – Como é possível prevenir?

“A prevenção inclui isolamento de casos suspeitos, etiqueta respiratória e vacinas”, orienta Vera.

Leia Também: Febre maculosa: veja mais sobre causas, sintomas, tratamento e letalidade

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