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Considerada uma doença esporádica e de gravidade variável, a febre maculosa é causada pela bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato infectado. Portanto, não é contagiosa, ou seja, não é transmissível de pessoa para pessoa. No Brasil, existem duas espécies da bactéria. A Rickettsia rickettsii, responsável por provocar quadros mais graves e presente principalmente no norte do estado do Paraná e região Sudeste; e a Rickettsia parkeri, associada aos casos mais leves, presente em ambientes de Mata Atlântica (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará).
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“É importante saber que os carrapatos se tornam infectados quando picam animais selvagens, como capivaras e cavalos, que são os principais hospedeiros da bactéria. E, para haver a transmissão, o carrapato infectado tem que ficar ao menos quatro horas fixado na pele da pessoa”, destaca Milton Alves Monteiro Junior, enfermeiro infectologista, coordenador do serviço de controle de infecção hospitalar do HSANP.
Quais são os principais sintomas?
Os sinais podem demorar de 2 a 14 dias para aparecerem, após a mordida do carrapato; e podem permanecer por cerca de uma semana. É comum haver febre alta, dor de cabeça e dores no corpo, náuseas e vômitos, diarreia, dor abdominal, perda do apetite, confusão mental, inchaço das pernas e pés e icterícia (pele amarelada). Como os sintomas são comuns aos de outras doenças febris, toda atenção se torna fundamental para não haver dificuldade no diagnóstico.
Qual é a taxa de letalidade?
O especialista esclarece que apesar de ser considerada uma doença de baixa frequência, a taxa de mortalidade é elevada devido à falta de diagnóstico adequado e de tratamento precoce. “A febre maculosa tem cura, desde que o tratamento com antibiótico seja introduzido nos primeiros dois ou três dias. Quando não é tratada, a letalidade pode passar de 80%”, explica.
Como é o tratamento da febre maculosa?
O tratamento é normalmente feito com uso de antibióticos e deve ser orientado por um médico para ser iniciado em até 5 dias após o aparecimento dos sintomas. “O ideal é manter a medicação por dez a quatorze dias, mas logo nas primeiras doses o quadro começa a regredir e evoluir para a cura total. A falta de tratamento pode afetar o sistema nervoso central e causar encefalite, confusão mental, delírios, convulsões e coma”, pontua o enfermeiro.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da febre maculosa deve ser feito pelo clínico geral ou infectologista a partir da avaliação dos sinais apresentados pelo paciente e resultado de exames de sangue.
“A febre maculosa apresenta sintomas que podem ser confundidos com outras enfermidades com a dengue, o que torna o diagnóstico precoce mais complicado, mas em quaisquer sinais anormais é importante visitar o médico, principalmente se paciente teve contato com áreas rurais ou endêmicas”, conclui o especialista.