Congresso adota 'recesso branco' em julho sem votar diretrizes para Orçamento de 2024

O recesso começará na terça-feira, 18, e vai até o dia 31 de julho

© Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Política Parlamentares 13/07/23 POR Estadao Conteudo

O Congresso adotará, a partir da próxima semana, o chamado "recesso branco", a partir de um acordo informal entre os parlamentares. Deputados e senadores terão duas semanas de "férias", sem sessão nas duas Casas. O período será extraoficial, já que os congressistas não votaram a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), condição estabelecida na Constituição para o início do recesso do meio do ano. A análise não foi realizada por consenso com o governo Lula.

O recesso começará na terça-feira, 18, e vai até o dia 31 de julho. Isso significa que Câmara e Senado não votarão mais nenhum projeto relevante até o final do mês. Os parlamentares continuarão recebendo o salário mensal bruto de R$ 41.650.

A votação do projeto de lei do arcabouço fiscal ficará para agosto. Esse atraso acabou influenciando a análise da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024, segundo o relator, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE).

"Vamos começar (a votação da LDO) depois do arcabouço. Quem atrasou a LDO foi a votação do arcabouço. Porque a LDO materializa o arcabouço e ele vai ter reflexos na economia que não vão estar na LDO. Nós vamos ter que ter um tempo para fazer a LDO, não pode ser açodado. E a culpa não é minha. Desde abril, eu digo que a gente só pode votar a LDO depois que ver o arcabouço. O culpado é o Senado", disse.

Votações aceleradas antes do recesso

A pausa vem após um esforço concentrado por parte do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em aprovar pautas prioritárias ao governo, como a reforma tributária e o projeto de lei que retoma o chamado "voto de qualidade" no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). No Senado, a votação da reforma tributária e a proposta do Carf também ficarão para o próximo mês.

O período pode afetar o trabalhos das comissões de inquérito. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST e a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, por exemplo, só terão sessões na volta do recesso.

Aproximação com as bases

Para o cientista político Rafael Cortez, o "recesso branco" auxiliam deputados e senadores a exercerem outro papel relevante de suas funções: se aproximar das bases políticas estaduais.

"Os parlamentares têm de lidar com essa dualidade: o exercício do mandato em Brasília e o diálogo com as bases, a quem eles estão ligados no Estado. A atividade legislativa não pode ser valorizada por processo legislativo ordinário, mas também pela maneira em como esse parlamentar participa na relação com suas bases", disse.

Muitos parlamentares, porém, utilizam o recesso como "férias". O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, viajou, inclusive, antes do início do período estabelecido de pausa para o cruzeiro do cantor Wesley Safadão, nos Estados Unidos.

Seis meses de sessão legislativa

Até o momento, a Câmara apreciou 95 propostas, aprovou 87 e rejeitou oito em 469 horas de atividade. No Senado, foram 394 apreciadas, 166 aprovadas, três rejeitadas e 225 prejudicadas, retiradas ou eram medidas provisórias com perda de eficácia. Foram realizadas 88 sessões plenárias desde o começo do ano.

A Casa revisora ainda aprovou 38 indicações - a de Cristiano Zanin ao Supremo Tribunal Federal (STF) foi a principal delas.

Em um começo turbulento pela falta de articulação política com o Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com a ajuda no repasse de emendas, garantiu a aprovação das principais medidas provisórias (MPs) que retomam programas de governos caros ao PT, como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida e o Mais Médicos, e aprovou a reforma tributária.

Em alguns casos, a vitória veio a duras penas, como no caso da MP dos Ministérios, e exigiu que o governo abrisse diálogo para remanejar espaços para partidos do Centrão em ministérios e em estatais.

"Me parece que a gente encerra a atividade legislativa no primeiro semestre com o grupo político respondendo aos principais dilemas da agenda nesse primeiro semestre, o que não deixa de ser surpreendente, porque o ambiente político nas fileiras do Congresso é bastante turbulento", avaliou Cortez.

PUB

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica Polícia Federal Há 13 Horas

Bolsonaro pode ser preso por plano de golpe? Entenda

fama Harry e Meghan Markle Há 5 Horas

Harry e Meghan Markle deram início ao divórcio? O que se sabe até agora

fama MAIDÊ-MAHL Há 14 Horas

Polícia encerra inquérito sobre Maidê Mahl; atriz continua internada

justica Itaúna Há 14 Horas

Homem branco oferece R$ 10 para agredir homem negro com cintadas em MG

economia Carrefour Há 12 Horas

Se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros, diz Fávaro, sobre decisão do Carrefour

esporte Indefinição Há 14 Horas

Qual será o próximo destino de Neymar?

brasil São Paulo Há 14 Horas

Menina de 6 anos é atropelada e arrastada por carro em SP; condutor fugiu

economia LEILÃO-RECEITA Há 11 Horas

Leilão da Receita tem iPhones 14 Pro Max por R$ 800 e lote com R$ 2 milhões em relógios

fama Documentário Há 6 Horas

Diagnosticado com demência, filme conta a história Maurício Kubrusly

fama LUAN-SANTANA Há 14 Horas

Luan Santana e Jade Magalhães revelam nome da filha e planejam casamento