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O diretório nacional do PMDB decidiu por aclamação nesta terça-feira romper com o governo e deixar a base aliada. A debandada significa que Dilma perde uma importante batalha na sua luta contra o impeachment, pois o PMDB detem atualmente a maior bancada na Câmara, com 68 deputados.
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Para barrar o impeachment, o governo precisa de 171 votos contrários na Câmara. Para que o processo avance, são necessários no mínimo 320 votos favoráveis (2/3 da Câmara). Já no Senado, é preciso maioria simples para que o processo continue - ou seja, pelo menos 41 senadores devem apoiar o impeachment, segundo o UOL.
Vale ressaltar que mesmo que um partido esteja na base aliada, isso não significa que todos os votos contrários ao impeachment estão garantidos. O PSD, por exemplo, já liberou a bancada para votar como quiser na matéria.
O principal beneficiário da saída do PMDB é o vice-presidente Michel Temer, que também é o presidente da legenda. Ele não compareceu à reunião desta terça para não dar sinais de que teria conspirado e de que seja "contra a democracia". O presidente do Senado, Renan Calheiros, que concordou com a decisão por aclamação, também não compareceu ao diretório, segundo o 'G1'. Segundo o jornal 'O Globo', com saída, o PT declara guerra a Temer.
O rompimento do PMDB pode ainda representar uma possibilidade de "efeito dominó" com outras legendas governistas.
Segundo o UOL, com a debandada peemedebista, só restaram seis partidos na base aliada, uma vez que o PRB também já declarou seu rompimento. Com a diminuição da quantidade de legendas coligadas vem uma significativa redução na representatividade dos membros. O PP, legenda com o maior número de deputados depois do PMDB, com 49 membros na Câmara e no Senado, também ameaça deixar a base aliada em uma assembleia marcada para quarta-feira (30), seguindo o rastro do PMDB.
Sem o PMDB, a base aliada do governo conta com: 216 dos 513 membros da Câmara dos Deputados (42%); 26 dos 81 membros do Senado (32%); e 26 dos 65 deputados que compõem a comissão do impeachment (40%), de acordo com o UOL. As siglas que ainda se encontram ao lado do governo são: PT, PP, PR, PSD, PDT, PC do B e PROS.