Pediatra nega atender bebê porque a mãe dele é petista

"Depois de todos os acontecimentos da semana, onde houve escárnio e deboche do Lula ao vivo, eu estou sem a mínima condição de ser pediatra do teu filho", disse

© Reprodução/Facebook

Brasil Discriminação 30/03/16 POR Notícias Ao Minuto

No último dia 17, a médica Maria Dolores Bressan enviou uma mensagem para Ariane Leitão (PT-RS), afirmando que estava "declinando, em caráter irrevogável, da condição de pediatra" da criança. 

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Ariane é suplente de vereadora em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e foi secretária estadual de Políticas Públicas para Mulheres na gestão do ex-governador petista Tarso Genro (2011-2014). A razão seria a condição política de Ariane. Segundo informações da Folha de S. Paulo, a profissional de saúde acompanhava o bebê desde o primeiro mês de vida da criança, em consultas feitas por meio de um plano de saúde. 

A pediatra gaúcha disse em mensagem que, "depois de todos os acontecimentos da semana e culminando com o de ontem (16), onde houve escárnio e deboche do Lula ao vivo e a cores, para todos verem (representante maior do teu partido), eu estou sem a mínima condição de ser pediatra do teu filho".  

"Ela não quer mais ser pediatra do meu filho porque sou filiada ao PT. Isso é uma discriminação proibitiva. O direito do meu filho foi violado", declarou a mãe, que acionou o conselho regional. 

Se a sindicância concluir que houve falta de ética por parte da médica, um processo será aberto. A médica pode receber uma advertência, ser suspensa por 30 dias ou ter seu exercício profissional cassado. No entanto, o processo pode, ainda, ser arquivado, informou o conselho regional.  

"Se o médico se sentir desconfortável, a atitude mais honesta e leal é ser franco e dizer que prefere não atender", observou o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Paulo de Argollo. 

A petista conta que a médica já havia desmarcado uma consulta de retorno de seu filho, que então tentou remarcar outra data. Na mensagem, a médica pediu que ela "não insistisse em marcar consultas mais". 

"Estou profundamente abalada, decepcionada e não posso de forma nenhuma passar por cima dos meus princípios", escreveu Maria Dolores.  

"Meu filho não tem nada a ver com os grampos do Moro, muito menos com o 'escárnio' que ela falou. Uma loucura total", lamentou a mãe. 

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