© Moritz Hager/Reuters
"A gente fica muito chateado quando a gente vê que algo foi manipulado, na hora que a gente vê que houve uma sacanagem, uma roubalheira. Logicamente, descobri em 2009 e fiz tudo possível para mostrar que as coisas não estavam acontecendo da maneira certa, porque no fim ninguém foi punido pelo acontecido. Foram punidos, mas depois de dois anos o Pat Symonds voltou, o (Flávio) Briatore que ia ser punido para sempre de trabalhar na Fórmula 1 voltou em pouco tempo, foi liberado. Não aconteceu nada com a equipe (Renault). No final, ninguém foi punido por uma roubalheira", disse Massa em entrevista ao ge.
O processo movido por Massa pede uma indenização à Fórmula 1 e à Federação Internacional de Automobilismo (FIA), diante de um "prejuízo milionário". Os líderes das entidades já foram informados sobre a abertura do processo, um movimento obrigatório quando a justiça inglesa é acionada. Stefano Domenicali, CEO da F-1 e ex-chefe de Massa na Ferrari, e a Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA, têm até o fim do mês de agosto para se manifestar.
O chamado "Cingapuragate", um dos casos mais rumorosos da história da F-1, aconteceu em setembro de 2008, na 15ª de 18 etapas daquela temporada. Na ocasião, Massa disputava o título com Hamilton. Foi o pole position da corrida e liderava a prova quando Nelsinho Piquet sofreu uma batida, o que mudou os rumos da disputa. Fernando Alonso, da mesma equipe Renault de Nelsinho, acabou ficando com a vitória naquele GP.
Um ano depois, Nelson Piquet veio a público para denunciar que seu filho batera de propósito por ordem de Flavio Briatore, então chefe da Renault, para beneficiar o companheiro de equipe, Alonso. O caso foi investigado pela FIA, que puniu os envolvidos. Briatore foi banido da F-1, embora a decisão já tenha sido revogada, e o engenheiro Pat Symonds, outro responsável pela ordem para a batida, foi suspenso por cinco anos - atualmente é o diretor técnico da F-1.
A polêmica foi revivida no início de março, quando Ecclestone concedeu entrevista ao site F1-Insider na qual admitia que ele e o então presidente da FIA, Max Mosley, estavam cientes da armação ainda em 2008, após o episódio, antes mesmo da denúncia de Nelson Piquet, feita apenas no ano seguinte.
"Decidimos não fazer nada. Queríamos proteger o esporte e evitar um grande escândalo. Por isso me esforcei para convencer meu ex-piloto Nelson Piquet a manter a calma", disse Ecclestone, em referência ao período em que era chefe de Piquet na já extinta equipe Brabham.
Se a prova tivesse sido anulada, Massa poderia ter se sagrado campeão mundial, uma vez que Hamilton terminou em 3º, enquanto o brasileiro foi apenas o 13º, sem somar pontos, após enfrentar um problema nos boxes - o pit stop havia sido motivado pela entrada do safety car na pista após o acidente protagonizado por Nelsinho Piquet.
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