Coisas sobre 'Alice no País das Maravilhas' que quase ninguém sabe
Sobre o que Lewis Carroll estava escrevendo de verdade?
Coisas sobre 'Alice no País das Maravilhas' que quase ninguém sabe
'As Aventuras de Alice no País das Maravilhas' é um dos romances mais celebrados da história literária. Escrita por Lewis Carroll e publicada em 1865, a história é sobre uma jovem chamada Alice que cai numa toca de coelho e encontra um mundo de fantasia povoado por uma coleção de personagens verdadeiramente bizarros. Muito debate envolve o significado por trás do romance e dos temas que sustentam a narrativa. Essencialmente, Carroll descreve como uma criança vê nosso mundo adulto: muitas vezes um lugar escuro com tonalidades perturbadoras.
Então, sobre o que exatamente o autor escreveu e por que essa obra-prima vitoriana contém tantos significados ocultos? Clique e comece a sonhar.
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Lewis Carroll (1832–1898)
'As Aventuras de Alice no País das Maravilhas' foi publicado em 1865. O romance, de autoria de Charles Lutwidge Dodgson, mais conhecido por seu pseudônimo Lewis Carroll, tem sido descrito como uma peça de divertido surrealismo e um mistério que requer solução.
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Um mundo de personagens bizarros
O livro detalha a história de uma jovem chamada Alice que cai na toca de um coelho, indo parar num mundo de fantasia povoado por uma coleção de personagens verdadeiramente bizarros.
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Alice Liddell (1852–1934)
Carroll baseou sua personagem principal em Alice Liddell, uma garota que ele conheceu junto com suas irmãs, Edith e Lorina (Ina), quando ela tinha 10 anos de idade. Edith e Ina também inspiraram personagens fictícios que aparecem no romance.
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Alice, Edith e Lorina
A relação entre Liddell e Dodgson tem sido fonte de muita controvérsia. Fotógrafo amador, Dodgson fotografou muitas crianças pequenas, mas sempre na presença dos pais delas. Embora ainda existam rumores sobre a natureza exata da amizade entre ele e Alice, nenhuma prova de impropriedade por parte de Dodgson contra a jovem foi encontrada.
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Uma viagem impactante
Mais pertinente talvez seja a sugestão feita por alguns de que 'As Aventuras de Alice no País das Maravilhas' é uma alegoria velada sobre o uso de drogas. O mundo onírico que Alice passeia inspirou uma série de canções da era psicodélica, a mais famosa delas o hit 'White Rabbit', de Jefferson Airplane, em 1967.
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1860 ou 1960?
A lagarta fumante de narguilé vista em seu cogumelo mágico imediatamente invoca imagens mais associadas à contracultura rebelde dos anos 1960 do que à era vitoriana dos anos 1860.
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Uma excursão fantástica pela imaginação
Os eventos em 'As Aventuras de Alice no País das Maravilhas' se correlacionam com as etapas do crescimento e progressão de uma criança ao longo da infância e adolescência. A história é uma fantástica excursão pela imaginação, mas o tema subjacente explora a realidade de crescer.
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Baseado em eventos da vida real
Na história, Carroll se baseia em eventos da vida real para alimentar sua própria imaginação. O horrível jogo de croquet da rainha descrito no capítulo oito do romance é provavelmente baseado nas competições que a própria Alice Liddell teria desfrutado quando jovem nos gramados da Christ Church, em Oxford, onde seu pai, Henry Liddell, serviu como decano (administrador) eclesiástico.
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"BEBA-ME"
A preocupação de Carroll com comida e bebida é evidente ao longo do romance. Alice encolhe para o tamanho de uma boneca depois de beber o conteúdo de uma garrafa verde rotulada "BEBA-ME".
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"COMA-ME"
Ela então vê um bolo rotulado "COMA-ME" e, depois de dar uma mordida, infla como um balão e ganha um tamanho maior do que uma casa. Alguns observadores sugeriram que a história faz alusão ao abuso de álcool e transtornos alimentares.
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O Chapeleiro Maluco
O Chapeleiro Maluco é um dos personagens mais cativantes da história, embora Carroll se refira a ele simplesmente como "o Chapeleiro". A expressão "louco como um chapeleiro" é baseada nas práticas da vida real dos chapeleiros a partir do século XVII. O processo usado para fazer chapéus envolvia trabalhar com mercúrio, um veneno que pode induzir distúrbios neurológicos e comportamentais.
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Quem é o Chapeleiro?
O Chapeleiro é provavelmente baseado em um senhor excêntrico que Carroll conhecia, chamado Theophilus Carter, um comerciante de móveis que morava perto de Oxford e que sempre usava cartola e fraque.
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A festa do chá do Capeleiro Maluco
A engraçada e louca festa do chá do Chapeleiro é uma cena-chave no romance. O encontro pode ser visto como membros da sociedade se comportando além das restrições sociais. O Chapeleiro costuma ser muito rude e provoca Alice durante a festa. O confronto é o tema primordial. Carroll nos lembra que a interação humana depende de uma abertura mútua e respeito de todas as partes envolvidas.
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Gato de Cheshire
O Gato de Cheshire é o espírito guia para Alice. Ele ensina a ela as "regras" do País das Maravilhas. Carroll pode ter encontrado inspiração para o nome e para a expressão do personagem em uma escultura do século XVI de um gato sorridente na fachada de uma torre de igreja localizada perto de sua terra natal em Daresbury, Warrington.
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"Sorrir como um gato de Cheshire"
O gato é conhecido por seu distinto sorriso travesso. "Sorrir como um gato de Cheshire" era uma frase comum na época de Carroll. Embora sua origem seja desconhecida, acredita-se que a sonoridade de "Cheshire" dê a mesma aparência sorridente que dizer "xis" na hora de induzir o sorriso para uma fotografia.
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Rainha de Copas
'As Aventuras de Alice no País das Maravilhas' inclui alguns personagens muito insalubres, mas ninguém supera a Rainha de Copas. Uma das personagens do baralho, ela é a governante tirânica e demente do País das Maravilhas que tem uma propensão sádica para decapitações. Carroll nunca revelou a inspiração para a Rainha de Copas, mas alguns sugerem a Rainha Vitória - a monarca em exercício na época do autor - como modelo.
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Lebre de Março e Arganaz
Além de Alice, a já descrita festa do chá do Chapeleiro Maluco conta com a Lebre de Março e o Arganaz como convidados. "Louco como uma lebre de março" é um provérbio ainda mais antigo do que "louco como um chapeleiro". Uma lebre de março descreve uma lebre marrom na estação de reprodução, conhecida por saltar e boxear e por seu estranho hábito de correr em círculos. Arganaz, por sua vez, é um lento e sonolento rato que é constantemente intimidado pelo Chapeleiro e pela Lebre de Março.
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O Dodô
Carroll foi aparentemente obrigado a incluir um dodô na história depois de visitar o Museu de História Natural da Universidade de Oxford e examinar um espécime da ave sem voo, que foi extinta em 1681. Uma crença mais fantasiosa é que o autor, cujo sobrenome verdadeiro era Dodgson, escolheu o pássaro por causa de seu gaguejo e, assim, acidentalmente se apresentaria como "Do-do-dodgson".
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Aguieta
Também introduzida nos capítulos dois e três está Aguieta, personagem inspirada na outra irmã de Alice, Edith.
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Lori
Lori, um papagaio australiano, é um personagem que aparece no capítulo dois e no capítulo três do romance. O pássaro é uma referência a Ina Liddell, irmã mais velha de Alice Liddell.
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Pato
O Pato é uma representação do Reverendo Robinson Duckworth. Ele acompanhou Carroll e as três irmãs num passeio de barco ao longo do rio Tâmisa em 1862, uma excursão que acabou inspirando todo o romance.
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Lagoa de Lágrimas
Com a Lagoa de Lágrimas, Carroll está simbolizando os fardos causados por nossas ações e erros. Alice caiu em suas próprias lágrimas, junto com pássaros e animais – criaturas que incluem um rato, um caranguejo, o Pato, Dodô, Lori e Aguieta. O episódio ilustra como o País das Maravilhas distrai Alice da razão e faz com que ela reaja emocionalmente.
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Como é o Sapo-Lacaio em japonês?
Curiosidade: no Japão, o personagem Sapo-Lacaio na edição japonesa de bolso de 'As Aventuras de Alice no País das Maravilhas', publicada em 2010, é conhecido como "Sapo Ordenado" ou "Servo com Cara de Sapo".
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Flamingos e ouriços
No grotesco jogo de croquet da rainha, as bolas são ouriços vivos e os martelos são flamingos vivos. Juntamente com o tema geral de desfamiliarização que o jogo representa, a noção de crueldade animal tem sido sugerida por alguns revisionistas como um tema subjacente.
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A Cozinheira
Carroll volta várias vezes ao tema da comida em 'As Aventuras de Alice no País das Maravilhas'. A Cozinheira tem uma tendência a usar muita pimenta em sua sopa de pimenta. Ela também gosta de jogar coisas na Duquesa e em seu bebê, e ainda mira em Alice. "Talvez seja sempre a pimenta que deixa as pessoas de temperamento quente", supõe Alice mais tarde.
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O Grifo e a Tartaruga Falsa
O personagem Grifo é baseado no grifo mítico de várias culturas: um ser meio-águia, meio-leão. Possuidor de uma personalidade arrogante e desdenhosa, o Grifo encontra uma estranha alma gêmea na melancólica Tartaruga Falsa, que acredita já ter sido uma tartaruga de verdade. Seu nome é tirado de um prato que era popular no período vitoriano, a sopa de tartaruga falsa - que, na verdade, era feita usando miudezas de boi e que passou a ser consumida depois que a tartaruga verde originalmente usada como ingrediente foi caçada até quase a extinção.
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Bill, o Lagarto
Bill, o Lagarto, é um personagem lírico e flexível sob o emprego do Coelho Branco. Ele faz todo o trabalho duro para os habitantes do País das Maravilhas, incluindo ser enviado através da chaminé para resgatar Alice depois que ela cresce demais ao comer o bolo mágico.
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"Um sonho curioso"
Alice é testemunha no julgamento para decidir se o Valete de Copas é culpado de roubar as tortas. O Rei de Copas preside como juiz. Depois de não conseguir encontrar sentido no País das Maravilhas, ela espera encontrar lógica e ordem no processo. Mas o julgamento descamba para a farsa. A história termina com Alice acordando e percebendo que sua experiência no País das Maravilhas foi "um sonho curioso!" O próprio Lewis Carroll explicou mais tarde numa carta ao dramaturgo Tom Taylor em 1864 que: "A coisa toda é um sonho, mas que eu não quero revelado até o fim".
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'Alice Através do Espelho'
Só que esse não foi bem o fim. Alice reapareceu em 'Alice Através do Espelho', a sequência de 1871 do primeiro romance. Um dos personagens, o Cavaleiro Branco, é descrito como tendo cabelos desgrenhados, olhos azuis suaves e um rosto gentil – uma boa descrição do próprio autor. Então, o que aconteceu a seguir? Bem, essa é outra história.
Fontes: (The British Library) (Newsweek) (Britannica) (The Morgan Library & Museum)
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Cultura
Ficção
25/08/23
POR Notícias Ao Minuto
'As Aventuras de Alice no País das Maravilhas' é um dos romances mais celebrados da história literária. Escrita por Lewis Carroll e publicada em 1865, a história é sobre uma jovem chamada Alice que cai numa toca de coelho e encontra um mundo de fantasia povoado por uma coleção de personagens verdadeiramente bizarros. Muito debate envolve o significado por trás do romance e dos temas que sustentam a narrativa. Essencialmente, Carroll descreve como uma criança vê nosso mundo adulto: muitas vezes um lugar escuro com tonalidades perturbadoras.
Então, sobre o que exatamente o autor escreveu e por que essa obra-prima vitoriana contém tantos significados ocultos? Clique e comece a sonhar.
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