Governo reserva R$ 13,7 bi para Minha Casa, Minha Vida em 2024, alta de 41%

O valor representa uma alta de 41,1% em relação à dotação atual de R$ 9,7 bilhões para 2023

© Divulgação/Governo de Goiás

Economia Moradias 06/09/23 POR Folhapress

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reservou R$ 13,7 bilhões na proposta de Orçamento de 2024 para o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, uma das vitrines sociais da gestão petista.

PUB

O valor representa uma alta de 41,1% em relação à dotação atual de R$ 9,7 bilhões para 2023.

A ampliação da verba do programa foi recebida pelo setor da construção como uma sinalização do governo com a manutenção das obras já em andamento e das novas unidades a serem contratadas ainda neste ano.

Trata-se de uma realidade distinta da observada de 2017 a 2022, quando os recursos para a política habitacional minguaram, obrigando as construtoras a paralisar empreendimentos. A restrição de verbas gerou constantes reclamações do setor pela falta de previsibilidade.

Do total de recursos previstos para o ano que vem, R$ 10,8 bilhões vão para o FAR (Fundo de Arrendamento Residencial), que banca os recursos da faixa 1.

O segmento é focado no atendimento a famílias com renda de até R$ 2.640 em áreas urbanas e conta com a maior proporção de subsídios do governo federal.

O valor reservado para o FAR em 2024 é 39,5% maior do que o previsto para 2023 (R$ 7,8 bilhões).

Os demais recursos vão bancar subsídios para a faixa 1 nas modalidades focadas em áreas rurais, pequenas cidades (até 80 mil habitantes) ou entidades privadas sem fins lucrativos.Procurado, o Ministério das Cidades afirmou que as metas específicas de contratação para 2024 ainda estão em "fase final de definição".

Na mensagem presidencial que acompanha a proposta de Orçamento, porém, o governo fala na contratação de 50 mil novas unidades habitacionais para a faixa 1 no exercício do próximo ano.

O governo já tinha uma estimativa de desacelerar o ritmo de novas contratações no ano que vem, como mostrou a Folha de S.Paulo.

Até agora, o Ministério das Cidades já autorizou a volta das obras de 17.113 unidades habitacionais e a entrega de outras 10.122 já concluídas. A pasta pretende retomar a construção de um novo lote de casas, mas isso ainda depende de espaço no Orçamento.

O governo também deve publicar em setembro o resultado da seleção para a contratação de 130 mil novas unidades habitacionais em área urbana. A meta para o ano, segundo o Ministério das Cidades, é chegar a 146 mil contratações nessa modalidade.

No mês de outubro, serão assinadas outras 28 mil residências do MCMV Entidades, que concede financiamento subsidiado a famílias que se organizam por meio de entidades privadas sem fins lucrativos para construir suas casas.

Já em novembro, o governo prevê contratar 30 mil unidades habitacionais na modalidade rural, que segue critérios distintos. Nessa categoria, a faixa 1 contempla quem tem renda bruta familiar anual de até R$ 31.680.

A previsão é que a construção das novas casas autorizadas neste ano se estenda até meados de 2025 -o período das obras leva de 18 a 24 meses, em média. Por isso, a verba reservada para o ano que vem deve ficar concentrada na continuidade desses empreendimentos. O custo médio das residências deve ficar em torno de R$ 160 mil.

O presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Renato Correia, afirma que o volume de recursos reservados no Orçamento é uma "boa notícia" ao sinalizar "a velocidade da marcha que é possível neste momento".

Por outro lado, ele pondera que o tamanho do programa ainda é insuficiente para enfrentar o déficit habitacional no país.

O Brasil tem uma deficiência de 5,9 milhões de casas, segundo diagnóstico da Fundação João Pinheiro para o ano de 2019, o mais recente disponível.

Nesse universo, há cerca de 1,5 milhão de domicílios precários, que incluem aqueles improvisados em barracas ou viadutos e os classificados como moradias rústicas (sem reboco ou de pau a pique).

"A gente tem uma preocupação sempre de que [o volume de recursos] não deve ser suficiente para fazer frente ao déficit habitacional que existe no país. Precisa de mais recursos", afirma Correia.

Segundo ele, o governo precisaria destinar entre R$ 18 bilhões e R$ 20 bilhões ao ano para se aproximar das metas. "O que a gente espera é que o governo encontre caminhos para suplementar isso para manter o ritmo de contratação em torno de 130 mil [ao ano]", diz.

O Minha Casa, Minha Vida é um dos principais programas sociais do governo federal. A meta é contratar 2 milhões de unidades habitacionais até o fim do mandato do presidente Lula, considerando moradias subsidiadas para a faixa 1 e casas financiadas para os demais grupos de renda.

Dentro dessa meta, a previsão é destinar 1 milhão de casas às famílias com renda familiar de até R$ 2.640, das quais 500 mil por meio da construção subsidiada com recursos federais.

O programa é dividido em três faixas. Hoje o limite superior é de R$ 8 mil, mas Lula já pediu estudos para elevar o teto para até R$ 12 mil. Caso isso seja efetivado, o valor máximo do imóvel financiado pelo programa pode atingir R$ 500 mil. Hoje ele é de R$ 350 mil.

Além da importância social, o programa é importante também para o setor da construção civil, daí a preocupação do setor com as estimativas do governo para os próximos anos.

O mercado de habitação é dividido em dois segmentos, o de baixa renda e o de alta. O Minha Casa, Minha Vida é vital para aquecer o de baixa renda, especialmente no cenário atual no qual o de alta renda sofre com a alta taxa de juros.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Rio Grande do Sul Há 6 Horas

Avião cai em Gramado; governador diz que não há sobreviventes

mundo EUA Há 9 Horas

Professora que engravidou de aluno de 12 anos é condenada

fama GUSTTAVO-LIMA Há 12 Horas

Gusttavo Lima é hospitalizado, cancela show no festival Villa Mix e fãs se revoltam

brasil BR-116 Há 10 Horas

Acidente com ônibus, carreta e carro deixa 38 mortos em Minas Gerais

fama WILLIAM-BONNER Há 9 Horas

William Bonner quebra o braço e fica de fora do Jornal Nacional no fim do ano

fama Vanessa Carvalho Há 10 Horas

Influenciadora se pronuncia após ser acusada de trair marido tetraplégico

fama Pedro Leonardo Há 10 Horas

Por onde anda Pedro, filho do cantor Leonardo

lifestyle Smartphone Há 10 Horas

Problemas de saúde que estão sendo causados pelo uso do celular

esporte FUTEBOL-RIVER PLATE Há 9 Horas

Quatro jogadoras do River Plate são presas em flagrante por racismo

fama Afogamento Há 19 Horas

Famosos que morreram afogados: Casos mais impactantes