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Em lançamento de nova estratégia de microcrédito, a presidente da Caixa, Rita Serrano, fez questão de afastar a novidade do plano antigo, o SIM Digital, que gerou alta inadimplência, prejuízos ao FGTS e está na mira de órgãos de controle.
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A presidente afirmou que a Caixa quer conceder crédito para empreendedores de forma responsável e destacou que SIM Digital foi um processo muito complicado, que gerou confusão, não cumpriu o papel de fomentar o empreendedorismo e a renda das famílias e gerou inadimplência elevada. Segundo Rita Serrano, o produto gerou confusão entre beneficiários de programas sociais, que concluíram que era mais um benefício.
Hoje, a Caixa lançou o Microcrédito Produtivo Orientado. O banco vai atuar junto à Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (ABCRED) e demais empresas do setor no repasse de recursos dessa modalidade de crédito.
"No início dessa gestão decidimos parar esse produto (SIM Digital) pela forma controversa com que foi lançado. Resolvemos rever toda a nossa estratégia de microcrédito, que se consolida com a parceria com a ABCRED", disse Serrano, no evento oficial de lançamento. "Esse é o novo microcrédito da Caixa, que vem com educação financeira, orientação, com instituições que reconhecem a realidade local."
O SIM Digital foi criado na gestão de Pedro Guimarães na Caixa e chegou a 88% de inadimplência. Neste caso, a Caixa tem garantia de um fundo constituído com recursos do FGTS, que aportou R$ 3 bilhões para garantir a modalidade, que emprestava inclusive para clientes negativados. Ao todo, R$ 2,4 bilhões foram comprometidos após calotes. Recentemente, a Caixa devolveu R$ 1 bilhão ao FGTS relativo ao saldo remanescente, com correção monetária. "Foi feita de forma massificada e digital, onde não é possível orientação empreendedora", argumentou Serrano.
A presidente afirmou que, após estudos, o banco concluiu que a forma mais adequada de atuar para apoiar o público empreendedor era por meio das entidades operadoras de microcrédito. Para isso, a Caixa reabriu a linha Microcrédito Caixa Repasse, com a disposição de R$ 300 milhões de recursos da instituição. O objetivo é beneficiar ainda este ano mais de 160 mil empreendedores.
O produto é exclusivo para as entidades operadoras de microcrédito e microfinanças que participam do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO). As entidades então disponibilizarão os serviços da Caixa para instituições associadas e para os tomadores finais, com o objetivo de promover a bancarização dos empreendedores. Os interessados podem buscar uma das associadas da ABCRED ou as demais entidades operadoras do programa.
"O posicionamento será regionalizado agora, as associações vão prospectar nas suas regiões potenciais empreendedores e acompanhar esse processo. Vai ser direcionado e orientado", disse a presidente da Caixa, observando que a novidade poderá, inclusive, ampliar a capacidade de auxílio às cidades atingidas pelo ciclone.
As entidades de microfinanças podem contratar os recursos da linha Microcrédito Caixa Repasse com prazo de financiamento de 48 meses, em parcelas fixas, com taxas a partir de 0,69% ao mês. O valor mínimo é de R$ 100 mil e há garantia de 100%. O banco público explicou que haverá a cessão de direitos creditórios representados por recebíveis de contratos de concessão de Microcrédito Produtivo realizados pela proponente junto aos tomadores finais, tramitados em cobrança bancária.
Em meio às discussões no Planalto para substituição de Serrano por um nome do Centrão, o vice-presidente Geraldo Alckmin compareceu ao evento. Alckmin ressaltou que o programa fará toda a diferença para incentivar o pequeno empreendedor e a economia brasileira. "Esse programa lançado hoje vai fazer toda a diferença. É fundamental ter uma agenda de competitividade. Um dos pontos é o custo de capital.
Só o Brasil com uma taxa Selic de 13,25% para conseguir passar 3% do PIB. Os juros do programa vão estimular o pequeno empreendedor a poder crescer, a gerar renda e postos de trabalho", defendeu.
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