Biden apoia trabalhadores em greve contra montadoras nos EUA

A United Auto Workers (UAW), organização sindical que representa a categoria, declarou uma paralisação na madrugada de quinta para sexta

© Getty Images

Economia EUA 16/09/23 POR Folhapress

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O presidente americano, Joe Biden, afirmou nesta sexta (15) que os trabalhadores em greve das três grandes montadoras americanas -Ford, GM e Stellantis- merecem ter sua parte nos lucros recordes.

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"As empresas fizeram algumas propostas significativas, mas eu acredito que elas podem ir além, para garantir que os lucros corporativos recordes signifiquem contratos recordes", disse o americano.

A United Auto Workers (UAW), organização sindical que representa a categoria, declarou uma paralisação na madrugada de quinta para sexta, após o fracasso nas negociações com os empregadores. É a primeira vez na história que a entidade, fundada nos anos 1930, cruza os braços em fábricas das três montadoras ao mesmo tempo.

Já são cerca de 13 mil pessoas paradas em três fábricas em Michigan, Ohio e Missouri, em uma estratégia de atingir primeiro a produção de modelos mais lucrativos. O sindicato representa 143 mil trabalhadores da categoria, e promete ampliar a greve se duas demandas não forem atendidas.

O discurso, feito por volta das 13h (horário de Brasília), não estava previsto na agenda da Casa Branca. Apesar de dizer que "ninguém quer greve", Biden afirmou que respeita o instrumento como uma das ferramentas de barganha dos trabalhadores, e elencou benefícios que a organização sindical gera para a economia, citando um recente relatório sobre o tema feito pelo Tesouro.

"O resumo da história é: os metalúrgicos ajudaram a criar a classe média americana. Eles merecem um acordo trabalhista que os ajude a continuar na classe média", disse.

O presidente declarou ainda que vai enviar dois representantes do governo, a secretário interina do Trabalho, Julie Su, e o conselheiro econômico sênior do governo, Gene Sperling, para Detroit. O objetivo é que ambos ajudem nas negociações.

Uma onda de greves tem se espalhado pelos Estados Unidos desde o ano passado, aproveitando o mercado de trabalho aquecido e a falta de mão de obra, mas a paralisação na UAW é especialmente simbólica, por se tratar do setor pioneiro da indústria americana, e delicada politicamente.

Isso porque as negociações do novo acordo coletivo acontecem no contexto da transição da produção para veículos elétricos -mudança impulsionada por Biden, um político historicamente alinhado ao movimento sindical. A economia verde é uma prioridade para a Casa Branca, que já concedeu uma série de incentivos para as empresas se adaptarem.

No entanto, a produção de elétricos exige menos mão de obra. Estimativas do setor apontam algo como 30% a menos trabalhadores, e muitas das fábricas de baterias são comandadas por empresas estrangeiras, cujos funcionários não são sindicalizados. Eles também recebem salários menores e menos benefícios.

Em meio a essa briga, a UAW até agora não endossou a candidatura de Biden à reeleição. O provável rival do democrata, o republicano Donald Trump, vem aproveitando a tensão para atacar o atual presidente e dizer que suas políticas para uma economia verde estão "matando" trabalhadores.

O sindicato tenta aproveitar o momento de força dos trabalhadores para negociar um contrato vantajoso para a categoria, não só impedindo perdas com a transição para os elétricos, como também revertendo concessões feitas na crise de 2007 e 2008.

A entidade pede, por exemplo, um aumento salarial de 46% ao longo dos próximos quatro anos, proteção dos ganhos contra a inflação e volta de contribuições para a aposentadoria."Estamos construindo uma economia do futuro. Precisamos de acordos trabalhistas do futuro", disse o presidente nesta sexta.

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