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(UOL/FOLHAPRESS) - O técnico Abel Ferreira apontou fogo amigo no momento mais difícil da temporada no Palmeiras. Após a queda traumática para o Boca Juniors na Libertadores, a equipe perdeu de virada para o Santos, acumulou a terceira derrota seguida no Brasileiro e caiu para a quarta posição.
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Abel mostrou incômodo com o tom das críticas de parte da torcida contra a diretoria do Palmeiras. Ele pediu mais harmonia em meio aos protestos da Mancha Verde contra a presidente Leila Pereira e o gerente de futebol Anderson Barros. O jogo contra o Santos ficou marcado por gritos de "Leila, incompetente, pegou o Palmeiras pra brincar de presidente" e "Barros, vai se f..., o meu Palmeiras não precisa de você".
O treinador do Palmeiras resumiu seu pensamento em uma frase: "Nossos adversários têm que estar fora". No clássico, apesar das críticas direcionadas à direção do clube, todos os jogadores e o próprio Abel tiveram seus nomes gritados pela organizada na Arena Barueri, que contou com pouco mais de 17.000 torcedores.
Abel se queixou da falta de blindagem interna e do vazamento de informações sobre o que acontece na Academia de Futebol. O que, segundo ele, não acontecia na temporada passada, quando o Palmeiras conquistou o Brasileirão. Não é a primeira vez que o treinador reclama da divulgação do que se passa sob seu comando.
O português também reconheceu erros e pregou resiliência no momento mais turbulento do time na temporada. Abel disse que é necessário assimilar as críticas, mas sem abrir mão do espírito de união na casa verde: "Tem torcedores que amam o Palmeiras, mas tem outros que só amam ganhar".
O QUE DISSE ABEL FERREIRA
Há sinais que têm que ser lidos, não é assim que vejo o 'todos somos um'. Tenham certeza que todos fazem o melhor para ajudar o clube, viemos de uma eliminação dura para todos, para mim, para os jogadores, são sempre momentos difíceis onde o lado emocional está muito em cima. Vamos ter tempo para refletir sobre o que foi esse ano, mas ainda faltam 12 jogos. Fico triste porque o espírito do 'todos somos um' fica beliscado, a harmonia tem que existir porque nossos adversários têm de estar fora, tem que ser o Boca, o Santos, o Flamengo, o Corinthians, os outros. Temos alguém no clube que passa todas as informações para fora, aquela blindagem que nós tínhamos ano passado deixamos de ter, não sei o que se passa, mas vamos fazer a avaliação para quantos títulos nós apontamos e quantos ganhamos. Começamos o ano ganhando um título inédito, mas os mais importantes, que seriam a Libertadores e o Brasileirão, que, conhecendo como conheço, dificilmente escapará do Botafogo. Temos que dar o peito às balas e aguentar a pancada. É normal passar por um período de turbulência como nós estamos passando, não ganhamos e agora temos que aguentar as pancadas. Tem torcedores que amam o Palmeiras, mas tem outros que só amam ganhar
Hoje, somos vítimas de todo sucesso, de toda a expectativa e agora temos temos que aguentar as críticas. Todos temos coisas boas e más, o futebol brasileiro é muita emoção, é difícil, mas agora é aguentar as críticas. O clube tem responsabilidade, opta por ser muito direitinho, mas essa não é minha parte, minha parte são os resultados, tenho de assumir todo e qualquer resultado. Esta temporada começou a ser preparada no ano anterior, durante o ano temos reuniões para entender as necessidades minhas e do clube, mas não posso mentir quando olhamos para todos que saíram. Nós perdemos muita maturidade e peso, no final temos de pensar sobre isso
PARADA PARA DATA FIFA
O Palmeiras só volta a campo contra o Atlético-MG, no dia 19, no Allianz Parque, pela 27ª rodada do Brasileiro. A parada da Data Fifa foi comemorado por Abel, que chamou atenção ao cansaço mental e físico dos jogadores após a eliminação na Libertadores para o Boca Juniors.
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