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(FOLHAPRESS) - Aplicativos de cashback e os que oferecem dinheiro para quem enviar notas ou cupons fiscais de compras feitas em supermercados e farmácias são uma boa escolha para economizar? Para especialistas, esses recursos não substituem a pesquisa de preços em buscadores e o cashback não deve virar desculpa para comprar produtos desnecessários.
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Também é preciso ficar atento à segurança, pois apps são usados como estratégia para fidelizar o cliente ou para coletar dados pessoais.
Para Eduardo Feldberg, educador financeiro conhecido como Primo Pobre, aplicativos que oferecem dinheiro por cupons e notas fiscais dão retornos financeiros maiores do que programas criados pelos governos estaduais, como o Nota Fiscal Paulista.
"A Nota Fiscal Paulista, por exemplo, anuncia que vai distribuir R$ 37 milhões para as pessoas, mas muitas delas vão receber centavos. Já nesses aplicativos você vai no mercado, faz uma compra, escaneia sua nota e ganha R$ 5. Só essa compra deu um retorno maior do que três meses de Nota Fiscal Paulista", diz.
Eduardo Halperin, advogado tributário do escritório Silveiro Advogados, afirma que a nota fiscal é uma grande fonte de informações, mesmo que tenha função tributária de fiscalização.
"As informações são o novo petróleo, por isso esses aplicativos que oferecem um valor pela nota fiscal querem as informações sobre os hábitos dos consumidores. Justamente para vender ou para agências que fazem levantamento sobre consumo das pessoas", diz.
Halperin afirma que, ao usar esses aplicativos, o consumidor cede espontaneamente suas informações e, por isso, é importante ler os termos de uso para entender o funcionamento.
"No mundo ideal não deveria haver nenhum dano ao consumidor por causa disso, mas não sabemos ao certo onde essas informações vão parar", diz.
Procuradas pela reportagem, as empresas citadas não se manifestaram sobre o uso de dados recolhidos dos usuários dentro de seus respectivos aplicativos.
De acordo com os termos de uso e política de privacidade de cada aplicativo, é prevista a possibilidade de utilização das informações coletadas de forma anonimizada por terceiros em pesquisas para identificar hábitos de consumo ou relacionadas a marketing, contanto que sigam as regras de tratamento de dados determinadas pela legislação.
Já o funcionamento do cashback é diferente: ele devolve ao consumidor uma porcentagem do valor pago por um serviço ou produto online.
"Quando a gente fala em devolver dinheiro parece sempre que tem uma pegadinha, mas o cashback envolve uma comissão para o cliente. Olhando pelo lado comercial, quando a empresa devolve, ela tem atos de divulgação da marca", diz Jessica Neves, sócia e assessora de Investimentos na Renova Invest.
Feldberg diz que não é sempre que programas de cashback são vantajosos e recomenda pesquisar em diversas lojas e comparadores de preço.
"O fato de uma coisa ter cashback não significa que você precisa dela, o problema é você ser seduzido a comprar o que não precisa e pagar 100% ou 85% do valor. Vai ser prejuízo para você do mesmo jeito", afirma.
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