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(FOLHAPRESS) - O empresário Thiago Brennand, 43, foi condenado a dez anos e seis meses de prisão pelo estupro de uma mulher americana em Porto Feliz (cidade a 90 km de São Paulo).
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Na sentença, o juiz Israel Salu também condenou o empresário a indenizar a vítima em R$ 50 mil por danos morais. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, cabe recurso. O advogado Roberto Podval, um dos responsáveis pela defesa, afirmou que a decisão foi baseada na palavra da vítima e que vai recorrer.
Brennand está preso preventivamente no CDP (Centro de Detenção Provisória) 1 de Pinheiros, em São Paulo, desde o final de abril, quando foi extraditado dos Emirados Árabes.
Na decisão, o magistrado condena o empresário com base no artigo 213 do Código Penal, que se refere ao crime de estupro quando o "réu constrange alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso".
"Ao nosso ver, a vítima mentiu", diz Podval. "Há provas que demonstram que ela não diz a verdade. Me parece que em um caso como esse, infelizmente, o juiz se viu de certa forma levado pela mídia e pela figura que foi criada em função do nome do Thiago Brennand."
A mulher vive no Brasil e pediu para não ter sua identidade divulgada. Ela afirma ter conhecido o empresário quando queria comprar um cavalo. Em seu depoimento, disse que no início Brennand foi gentil, mas logo começou a ter um comportamento agressivo e a obrigou a ter relação sexual com ele.
"Além disso, o empresário disse ter gravado cenas íntimas da mulher, passando a ameaçá-la com a divulgação das imagens caso ela rompesse o relacionamento", disse a Promotoria de Porto Feliz.
O advogado Marcio Janjacomo, que representa a vítima, afirma que ela recebeu a notícia emocionada, aliviada e com serenidade e diz que sentença "representa o fim da impunidade". "Confiamos na Justiça e seguimos firmes lutando pelo fim da impunidade e pelo combate à toda forma de violência contra a mulher."
O caso aconteceu em Porto Feliz, onde o empresário tem uma casa de luxo com closet de 11 m². Como a Folha de S.Paulo mostrou, em maio, o empresário está preso em uma cela de apenas 6 m².
O empresário está isolado em uma cela considerada padrão, com cama de alvenaria, colchão, chuveiro, pia, vaso sanitário e tem acesso a chuveiro de água quente.
Na terça-feira (10), a Secretaria de Administração Penitenciária disse que Brennand seguia no "seguro", como é conhecida a medida que separa presos que correm risco dos demais.
"Todo custodiado pode solicitar medida protetiva de seguro pessoal, onde fica isolado em uma cela padrão sem prazo para permanecer no local", informou a pasta, que reiterou que ele mantém uma rotina igual a dos demais custodiados na unidade.
OUTROS CASOS
No total, o empresário até o momento já foi julgado em três processos. Nos outros dois, um que se tratava de ameaça e outro de injúria, houve um acordo entre as partes -ambos também ocorreram pela 2ª Vara de Porto Feliz.Brennand ainda responde a outros casos de agressão e crimes sexuais.
Ele viajou em setembro do ano passado aos Emirados Árabes, horas antes de ser denunciado pelo Ministério Público sob a suspeita de ter agredido uma modelo em uma academia da capital.
Desde que o caso da academia tomou repercussão, ao menos outras dez mulheres denunciaram o empresário. Pelas redes sociais, Brennand sempre negou os crimes sexuais.
Poucas semanas antes da extradição, ele gravou um vídeo em que dizia que seria preso injustamente. "Obviamente não estuprei ninguém. Nesse país muita gente tem sede de vingança", afirmou ele.
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