FMI passa a projetar Brasil como 9ª economia mundial

A perspectiva para o Brasil, portanto, segue acima da projeção para a região para 2023

© Shutterstock

Economia ECONOMIA-FMI 17/10/23 POR Folhapress

(FOLHAPRESS) - O Brasil poderá voltar a ocupar o nono lugar entre as economias do mundo em 2023, segundo as mais recentes projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional).

PUB

Em relatório divulgado no último dia 10, o Fundo passou a estimar que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro será de US$ 2,13 trilhões em 2023, ultrapassando o Canadá (US$ 2,117 tri).

Em abril, as estimativas eram de US$ 2,090 trilhões para o Canadá e de US$ 2,081 trilhões para o Brasil, em valores correntes.

A melhora do Brasil no ranking foi adiantada em reportagem do jornal Valor Econômico. O FMI apontou "uma agricultura dinâmica e serviços resilientes no primeiro semestre de 2023" como principais motivos para elevar a projeção de expansão do PIB do Brasil neste ano a 3,1%, ante 2,1% em julho e 0,9% em abril.

A projeção, segundo o relatório, reflete resultados positivos do primeiro semestre.

Caso as novas estimativas se concretizem, o país voltaria a ocupar a mesma posição que tinha antes da pandemia, em 2019. Para 2024, o FMI vê crescimento do PIB de 1,5%

No fim de julho, o Conselho Executivo do FMI elogiou a política monetária do Brasil, considerando-a "apropriada", e pediu a continuação de uma abordagem orientada para o futuro e baseada em dados.

Ao elaborar as projeções, os analistas olham o passado recente da economia e tentam extrapolar para o futuro, levando em conta fatores que podem aumentar ou reduzir o crescimento dos países.

Caso as novas expectativas do Fundo se mantenham para os próximos anos, o Brasil poderá alcançar o oitavo lugar do ranking em 2026.

Para o professor da UnB (Universidade de Brasília) José Luis Oreiro, as novas projeções refletem o desempenho da economia, que estava praticamente estagnada desde 2014 e que teve grande parte de sua recuperação em 2022, pelo impulso fiscal pré-eleitoral feito no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Até o começo deste ano, a discussão estava contaminada pela questão fiscal. Após a transição para o governo do presidente Lula, o teto de gastos foi enterrado e houve uma gritaria, que contaminou o anúncio do novo arcabouço fiscal. Mas ao longo de 2023, tivemos uma ótima safra, com choque positivo de oferta. Agora é preciso manter um aumento do PIB per capita [por pessoa]."

Ele também lembra que o real mais valorizado ajuda a melhorar as projeções. "No primeiro dia útil de janeiro, o dólar estava na casa dos R$ 5,40 e há expectativa de fechar o ano abaixo de R$ 5. Isso foi combinado a alívio das condições externas e redução da percepção de incerteza."

Nesta segunda (16), o dólar caiu 1,03%, cotado a R$ 5,035.

Dados do IBGE mostraram que o PIB brasileiro cresceu 0,9% no segundo trimestre na comparação com os três meses anteriores, depois de expansão de 1,8% no primeiro trimestre, em resultados que surpreenderam positivamente. Esse foi o oitavo resultado positivo seguido do indicador, em bases trimestrais.

O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, avalia que a revisão do FMI faz sentido, e que o PIB brasileiro neste ano deve crescer entre 3% e 3,5%. "Houve uma mudança de cenário, ante o começo do ano, com a produção agrícola surpreendendo positivamente. Mineração e petróleo também devem ter um impacto positivo."

Ainda segundo Vale, o Brasil deve contar no fim do ano com um efeito de crescimento vindo da queda de juros e da inflação de alimentos, aumentando a renda disponível da população mais pobre.

"No ano que vem, o crescimento deve ser mais baixo, em torno de 2%, as commodities não devem ter a mesma força. O Brasil crescerá menos, mas esse crescimento deve ser mais distribuído, alcançando outras regiões além do Centro-Oeste."

A previsão do FMI para este ano é um pouco mais otimista do que a de analistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central, que veem uma expansão de 2,92% do PIB.

Para 2024 o levantamento mais recente do BC também mostra expectativa de expansão de 1,5%. Já o Ministério da Fazenda vê expansão de 3,2% em 2023 e de 2,3% em 2024.

A melhor projeção do FMI para o Brasil contribuiu para um aumento da estimativa de crescimento da América Latina e Caribe como um todo.

O FMI também elevou suas estimativas para o PIB da região, prevendo agora expansão de 2,3% em cada um dos anos. Esses resultados ainda mostrariam, no entanto, forte desaceleração frente ao ritmo de 4,1%, visto pelo FMI em 2022.

A perspectiva para o Brasil, portanto, segue acima da projeção para a região para 2023. O destaque negativo deve ser a Argentina, com retração prevista de 2,5% para este ano.A estimativa para as economias de mercados emergentes e em desenvolvimento, ficou inalterada em 2023 e recuou 0,1 ponto para 2024, ambas em 4,0%, depois de um crescimento de 4,1% calculado em 2022.

Leia Também: Governo Lula bloqueia R$ 116 milhões do orçamento da Capes

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica DEBATE-SP Há 12 Horas

Datena agride Marçal com cadeirada e é expulso de debate da TV Cultura

politica PABLO-MARÇAL Há 8 Horas

Equipe de Pablo Marçal diz que ele fraturou a costela e segue no hospital

mundo Inglaterra Há 10 Horas

Professora fica paraplégica após acidente com barra de 120 kg em academia

fama Michael Jackson Há 11 Horas

Morre Tito Jackson, irmão de Michael Jackson, aos 70 anos

politica Eleições Há 1 Hora

Marçal é detonado por eleitores após provocar Datena: "Desserviço"

justica Pé de Serra Há 9 Horas

Ex-jogador de futebol é encontrado morto na Bahia

esporte Caio Paulista Há 10 Horas

Ex-mulher de Caio Paulista diz ter sido vítima de agressões; entenda

fama Maidê Mahl Há 10 Horas

Amiga pede que não perguntem sobre Maidê Mahl e confirma estado bem grave

justica MORTE-SP Há 9 Horas

Estudante que ligou para o namorado e pediu socorro é achada morta em SP

lifestyle Ovos Há 9 Horas

Como saber se um ovo está estragado usando a lanterna do seu celular