Limerência: Quando estar apaixonado se torna uma obsessão
Será que isso é amor, desejo ou limerência?
Limerência: Quando estar apaixonado se torna uma obsessão
Se você é como a maioria das pessoas, provavelmente já se perguntou se os sentimentos que estava tendo por alguém eram amor real ou apenas desejo. Mas sabia que há uma outra categoria de conexão pessoal que muita gente vivencia? Limerência é um estado particular de profunda paixão que pode parecer estranhamente semelhante aos estágios iniciais do amor — uma má interpretação capaz de levar a consequências perigosas.
Clique e descubra tudo o que você precisa saber sobre as características e estágios da limerência e as soluções para superá-la.
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TV Globo / João Miguel Júnior
O que significa?
A limerência é amplamente caracterizada por um período inicial de intensa excitação emocional que progride involuntariamente para um desejo obsessivo por outra pessoa. É um estado de paixão que consome tudo e que está assustadoramente próximo a conceitos comuns de amor.
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Onde o termo se originou?
Limerência como um estado mental e uma relação com outra pessoa foi definido pela primeira vez pela psicóloga Dorothy Tennov em seu livro de 1979 'Love and Limerence', resultado de seu estudo sobre o amor romântico.
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As características definidoras
Por meio de entrevistas e questionários, Tennov observou traços consistentes entre as pessoas que descreviam suas experiências de estarem apaixonadas — o que explica por que a limerência é tão facilmente confundida com o amor. Ela criou o termo limerência para classificar essa experiência comum ligada ao amor. Nos slides a seguir há um resumo das características definidoras.
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Pensamentos intrusivos
Uma grande característica é ter pensamentos intrusivos frequentes sobre o objeto limerente (o outro). A pessoa não consegue parar de pensar sobre os momentos que compartilharam, não importa o quão insignificantes foram, e fica involuntariamente obcecada por suas interações com o outro e sobre suas esperanças e fantasias ao redor dessa outra pessoa.
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Necessidade de reciprocidade
Há um anseio persistente desde o início, no qual a pessoa sente uma necessidade aguda de reciprocidade de seus fortes sentimentos. E, quando não obtém essa reciprocidade, sente uma dor quase física.
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Dependência emocional
Quem fica obcecado com o que o outro está sentindo, e se sente eufórico (quando é positivo para ele próprio) ou devastado (quando é indiferente), está demonstrando um forte sinal de limerência. Seu humor depende das ações do outro e quando é bom é incrível, mas quando é ruim é completamente doloroso.
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Um de cada vez
Outra característica da limerência é que ela só acontece com uma pessoa de cada vez. E, se isso acontecer com um objeto limerente que já esteja em um relacionamento, pode ser especialmente doloroso.
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Fantasias frequentes
As emoções são intensas desde o início e a mente da pessoa começa a criar fantasias para alimentá-las. As fantasias se tornam um lugar onde a pessoa pode sentir um pouco de alívio enquanto espera pela reciprocidade, mas essas fantasias também estão cercando o que o objeto limerente representa para a pessoa em vez de quem ele realmente é.
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Busca desesperada por validação
Limerência deixa a pessoa sedenta por qualquer pequena aprovação que possa obter do objeto limerente e, se ele não curte sua foto ou não gosta do restaurante que escolheu, a pessoa pode se sentir devastada.
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Resposta nervosa à presença do outro
Estar perto da objeto limerente deixa a pessoa muito tímida e nervosa, resultando em respostas físicas como suor, gagueira, aumento da frequência cardíaca e assim por diante.
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Sentimentos aumentados através da adversidade
Mesmo que a pessoa e o objeto limerente estejam em brigas constantes, os sentimentos só ficam mais fortes porque a limerência está enraizada na posse e na obsessão, então o medo de perder o outro faz a pessoa se agarrar ainda mais forte. O terapeuta de casais Silva Depanian explicou ao MBG que, em um relacionamento limerente, a pessoa quer o outro, independentemente de ser bom ou não para ela.
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Ignora outros aspectos da vida
A pessoa para de ver os amigos com frequência, começa a ficar atrasada no trabalho, negligencia seus hobbies — tudo é eclipsado pela intensidade de seus sentimentos pelo objeto limerente.
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Só olha o lado bom
O amor pode ser cego, mas não tão cego quanto a limerência. Com a limerência vem uma incrível capacidade de ignorar ou minimizar as partes negativas do outro. Ao invés disso, a pessoa escolhe a dedo as partes positivas e aumenta isso num grau completamente irrealista.
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Como isso é diferente de um crush?
Os jovens experimentam um período de romantização excessiva dos outros à medida que descobrem sua identidade e os adultos também podem ter paixões. Mas a diferença é que os crushes vêm e vão sem deixar um impacto psicológico duradouro na pessoa, enquanto a obsessão limerente involuntariamente consome quem dela sofre.
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Por que é difícil diferenciar isso do amor
Limerência mútua soa muito como as mais doces descrições do amor, mas a limerência é intoxicante, enquanto o amor real é mais constante.
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Intoxicante
A excitação e as emoções que a pessoa tem em ser tão dependente de pequenas pistas e sinais do objeto limerente não são apenas emocionalmente intoxicantes, mas também fisicamente. Elas enchem o corpo com hormônios que podem fazer a pessoa se sentir tão alta que, quando isso acaba, a pessoa sente sua dolorosa ausência.
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Vício
A sobrecarga da sensação de limerência - os altos (drásticos) e os baixos (terríveis) - é suficiente para tornar a pessoa verdadeiramente viciada em seu objeto limerente.
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Hábitos de limerência
A pessoa poderia estar numa reunião importante ou poderia sair com amigos, mas ela só fica animada para ter um momento sozinha em que possa fantasiar com o outro. A pessoa também pode escolher o caminho mais longo para casa para poder ter a possibilidade de correr atrás do outro. Esses hábitos começam a tomar conta da vida.
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Perigos
Como qualquer estimulante viciante, depois de um tempo, a sensação de excitação pode se transformar num hábito, depois em desejo e, então, num verdadeiro obstáculo para o caminho da saúde, da felicidade e da realização.
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Fase um: Paixão
Na primeira fase da limerência, que muitas vezes é separada em três fases, a pessoa experimenta essa famosa "faísca". É uma intensa excitação emocional — a pessoa está inundada de substâncias químicas que aumentam seus sentimentos — e ela se sente nervosa perto do outro enquanto também fantasia sobre ele. A pessoa também tende a se dobrar e diminuir como precisar para se encaixar no mundo e nos interesses do outro.
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Fase dois: Cristalização
Se o objeto limerente flertar de volta ou indicar qualquer reciprocidade de sentimentos, o jogo continua. Limerência, então, vai levar a pessoa a fazer o que for preciso para se encaixar em algo que o outro vai gostar. A pessoa fica obcecada com o que o outro sente por ela e busca afeto a todo custo.
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Fase três: Deterioração
Como a pessoa falhou em seguir os estágios de uma relação onde compreensão mútua e confiança são construídas (e não mostrou quem realmente é), o relacionamento naturalmente vai desmoronar. Geralmente termina com decepção e frustração esmagadoras à medida que a ilusão desaparece.
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Limerência não tem amor de verdade
Amor e limerência são especificamente diferentes porque a pessoa não vê o objeto limerente como uma personalidade complexa, apenas o vê envolto em esperanças e sonhos. Obsessão e codependência não são a base sobre a qual uma relação saudável pode ser construída.
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Características típicas
Na maioria das vezes, a limerência é perceptível porque a pessoa desenvolve esse sentimento por alguém inapropriado: quando os sentimentos não são totalmente correspondidos, quando o outro não é bom para a pessoa, quando não está disponível, etc. Os amigos podem tentar avisar, mas, se a pessoa estiver nas fases um ou dois, não vai mesmo ouvi-los.
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Como se livrar da limerência
Não é fácil, mas é possível diminuir a intensidade forçando-se a cortar contato. Bloquear nas redes sociais, excluir o número de telefone, não tentar ser "só amigos" são alguma opções. Quanto a pensamentos intrusivos, uma ideia é fazer uma lista com três coisas que fazem você se sentir bem. Toda vez que você pensa no outro, pode religar seus caminhos mentais redirecionando seu foco.
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Ser realista na própria auto-narrativa
Muitas vezes a gente só pensa no lado bom quando lembra do objeto limerente, por isso é importante escrever e manter por perto uma lista de sentimentos ruins que você tinha perto do outro quando não havia reciprocidade. Lembre-se rigorosamente das falhas do outro e nivele as boas memórias com as más.
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Nem sempre é o fim
Quando Tennov estava conduzindo sua pesquisa, ela notou que a limerência tinha começos problemáticos, mas também que alguns casais ainda tinham o potencial de se relacionarem com o outro depois. Você pode tentar ser sincero com o outro sobre suas preocupações com sentimentos obsessivos e, se ele for uma boa pessoa que se preocupa com você, será possível transformar seu amor apaixonado em um amor compassivo.
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Olhar bem para em si mesmo
"Por baixo da limerência há o medo de estar consigo mesmo e fazer uma boa relação amorosa consigo mesmo", disse a terapeuta psicossexual e conselheira de casais, Cate Mackenzie, à Brides. Isso pode ser resultado de problemas de desenvolvimento infantil, de uma tendência esquiva ou da incapacidade de criar um auto-conexão segura.
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Estabelecer uma relação de amor consigo mesmo
Seja responsável pelo seu próprio amor. Vá à terapia, faça exercícios, coma bem, invista em boas amizades, descanse o suficiente, pare de falar negativamente de si mesmo e de ter comportamentos que alimentam o pensamento obsessivo.
Fontes: (Brides) (mindbodygreen) (Living with Limerence)
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Lifestyle
Relacionamentos
25/10/23
POR Notícias Ao Minuto
Se você é como a maioria das pessoas, provavelmente já se perguntou se os sentimentos que estava tendo por alguém eram amor real ou apenas desejo. Mas sabia que há uma outra categoria de conexão pessoal que muita gente vivencia? Limerência é um estado particular de profunda paixão que pode parecer estranhamente semelhante aos estágios iniciais do amor — uma má interpretação capaz de levar a consequências perigosas.
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